Conselho de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”
O autoconhecimento é uma ferramenta transformadora e você precisa começar a usá-la agora mesmo.
Embora haja discussões com relação à autoria da frase destacada acima, coloquemos foco no que ela já nos apresenta de pronto, sem demandar muita inferência: conhecer-se não é tão natural e intuitivo quanto parece. O conselho, que vem no imperativo, ressalta a necessidade de autoanálise, auto-observação.
Saber quem somos é uma habilidade crucial para que se tenha sucesso em qualquer campo da vida pessoal e profissional. Quando temos a verdadeira dimensão do que queremos, do que suportamos, de onde e como chegar, somos capazes de prever os nossos comportamentos, de retomar o autocontrole, de parar quando necessário, de reiniciar quando prontos e de lidar melhor com o que foge do planejado. A ação que exteriorizamos sempre sofre impacto da inteligência emocional que passa por um inegável progresso quando exercitamos e intensificamos as nossas buscas por nos conhecermos melhor.
Nunca se ouviu falar tanto do autoconhecimento quanto ultimamente. Ouvi pessoas dizendo que se sentiram diante delas mesmas, pela primeira vez em suas vidas, durante a Pandemia e o distanciamento social que ela nos impôs. “Não tinha para onde fugir, eu precisei ouvir os meus pensamentos, olhar para as minhas dores, medos e ansiedades e precisei buscar e organizar as minhas forças”. Vejam a riqueza desse depoimento. Conhecer-se é uma decisão de muito valor, que precisa ser incentivada para que aumentemos a nossa capacidade de vencermos as crenças limitantes que nos acostumamos a alimentar, por não termos o hábito de nos olharmos com a crítica necessária para promover mudanças e, principalmente, com a generosidade útil para celebrar os passos que foram dados.
O autoconhecimento ganhou merecidos holofotes por ser um filtro precioso, capaz de nos auxiliar no domínio das ações impulsivas e aclarar soluções para os conflitos que se apresentarem. Aquele que é hábil para identificar os seus padrões de pensamento e comportamento, torna-se mais estratégico e sereno para analisar o que enfrenta, oferecer respostas mais ágeis e eficientes, cuidando não só do equilíbrio pessoal, mas também do seu entorno. Logo, trata-se de alguém que se quer por perto, tanto no convívio com familiares e amigos quanto em ambientes corporativos.
Eu percebo o mundo como percebo a mim mesmo
Não tem muito como fugir dessa regra. Se estou imerso em um mar de desilusões, supervalorizando decepções e traições e me sentindo impotente, o mundo se apresenta, para mim, como um péssimo lugar para se viver. Se estou feliz, diante de uma realização, se grato e capaz de extrair o que há de melhor, em cada experiência, o mundo é de um colorido encorajador. E eu pergunto: você acha mesmo que os nossos mundos interno e externo são ou hostis ou gentis apenas? Respondo: são, dentre tantos outros adjetivos, hostis e gentis.
Para que eu tenha capacidade para lidar com cada umas dessas versões, preciso ver em mim todas as minhas forças, fraquezas, potências e ameaças e me colocar disposto ao “bom combate”. Ter uma visão ampla e verdadeira de quem somos amadurece a nossa relação com a vida real, possibilitando que tomemos consciência das nossas emoções propulsoras, o que elas querem nos dizer e para onde apontam. É, sem dúvida alguma, uma característica daqueles que se conhecem, a genialidade de iluminar sentimentos e posturas que estejam nas sombras e expandir, tornando mais poderoso o que há de bom em nós.
Desenvolvimento e evolução
Para se certificar que o seu carro está em bom estado e que é seguro usá-lo, qual é a atitude que faz parte dos seus cuidados com ele? Submetê-lo, de tempos em tempos, à revisão de um mecânico, certo? A partir dali, identificados os problemas, torna-se possível ser mais assertivo na escolha dos adequados procedimentos de solução.
Para garantir que estejamos saudáveis e equilibrados, é importante que os nossos check-ups externos e internos sejam feitos regularmente. Só entenderemos o que melhorar em nós, quando conhecermos o que carece de desenvolvimento mais pontual. Quando esse processo de autoanálise e ação é permanente, alargamos os limites da nossa consciência e nos vemos diante de uma versão melhorada de nós, a cada nova avaliação ou prova.
Curiosidade: Niklas Goeke e os níveis do autoconhecimento
O escritor Niklas Goeke propõe uma metodologia para aumentar o autoconhecimento, apresentada em três níveis de prática:
Pensamento: atividades individuais que possam ser desenvolvidas apenas com a mente. Uma excelente escolha é a de desenvolver o pensamento enquanto se faz uma caminhada, um exercício de respiração, meditação. O foco é afastar-se de estímulos que desconcentrem.
Expressão: atividades de avaliação das atitudes e crenças, por meio da escrita. Faça o seu manifesto pessoal, indicando textualmente as suas ambições, dores e motivações. Faça uma avaliação acurada das suas capacidades e de quando precisa de ajuda e das emoções que cada uma dessas situações provoca.
Implementação: estratégias que você aplica no mundo real e pode acompanhar se surtiram efeitos e quais foram. Em outras palavras, monitore as suas decisões, o que as inspiraram e os resultados alcançados.
Para entender quais são os seus pontos de partida para conhecer-se melhor, exercite. Seguem abaixo 18 reflexões (nos campos do pensamento, expressão e implementação) que podem ser inseridas na sua rotina, sem dificuldade, e que trarão resultados impressionantes:
1. Identificando luzes e sombras
Muitos acham que se conhecem, mas até que ponto chega esse autoconhecimento? Para que você possa averiguar isso, recomendo um teste simples: escreva em uma folha 10 qualidades que você reconhece possuir e 10 pontos fracos que precisam ser melhorados.
Volte à lista que você fez. Nas qualidades descritas, marque as alternativas relacionadas ao fazer, a atitudes externas e observe quantas você colocou de atitudes externas e quantas internas. Assim, você poderá perceber não só o quanto você se conhece, mas também o quanto você está voltado para as coisas exteriores.
Depois responda: o que foi mais fácil para você escrever? As qualidades ou os defeitos? Olhando sua folha, como pensa que as outras pessoas te veem?
2. Medite, ore todos os dias
A meditação é um momento de entrega, um fechar os olhos para o mundo exterior, na busca por ouvir o que as vozes do nosso mundo interno estão aconselhando ou suplicando. É um momento de autocuidado, de respiração, um concentrar-se nas suas importâncias, sentimentos, memórias e desejos. É permitir-se devagar no que perturba e no que expande, criando um ambiente fértil para o autoconhecimento e consequente evolução espiritual e emocional.
3. Exija-se respostas
Cá para nós, as suas opiniões nem sempre estão corretas, são fundamentadas ou mesmo solicitadas, não é verdade? Quando uma dessas certezas absolutas brotar do seu inconsciente, cuide para declará-la e a observe. De onde ela vem? O que a motivou? Ela está representando algum trauma, preconceito ou desejo de impor uma superioridade que acredita ser detentor? Ah, o poder da interrogação… Use-a para substituir um ponto final e ampliar o poder de uma frase que estava inibindo a grandeza do diálogo, fechada em si mesma.
Quando se sentir agressivamente convicto, questione-se. Lembre-se da nossa limitação natural de conhecer plenamente todas as realidades… O que sabemos, por mais que nos pareça o bastante, é apenas uma fração do todo. Não sejamos inflexíveis e busquemos exercitar a empatia, considerando os contextos e revendo, com frequência, os nossos posicionamentos, reestruturando, quando necessário, as nossas escalas de importância.
4. Antes de dormir responda: o que deu certo e o que eu poderia ter feito melhor?
Somos muito incentivados a lidar com as metas, principalmente em ambientes corporativos. Elas são ferramentas que possibilitam o monitoramento das nossas performances e da nossa leitura daquilo que somos ou não capazes de fazer, até onde somos capazes de ir. Mas, para além de qualquer métrica, deve estar a nossa consciência de que entregamos o melhor que podíamos, em cada atividade desempenhada.
Analise, todos os dias, o que tem se tornado uma boa prática e o que precisa ser trabalhado e não desanime. Investir em autoconhecimento é dedicar esforços para entender a si mesmo, em todos os campos da vida, e proporciona-se um desenvolvimento pessoal e profissional sustentável.
5. Quais são os seus valores e crenças?
Quais são os valores que guiam as suas decisões e que precisam ser respeitados para que não se sinta violado, traindo a sua essência? Conhecer essa resposta diz muito sobre você, sobre o que absorveu da sua criação, dos ensinamentos religiosos, dos exemplos. Pense se tem sido fiel a eles e comprometa-se a ser, caso perceba que os abandonar tem afastado as suas atitudes das suas crenças, daquilo que importa para você. Coloque-se nos trilhos.
6. Como anda o controle das suas habilidades sociais?
Somos bombardeados o tempo todo por informações, cobranças, pressões. O resultado disso é que vivemos em uma sociedade muito castigada por doenças psicossomáticas como são a depressão e a ansiedade. À flor da pele, costumamos lidar muito mal com as críticas, com os fracassos, com as frustrações. Diante das dificuldades, apresentamos respostas agressivas ou nem apresentamos, prostrados e imersos na nossa autopiedade.
Esse comportamento é resultado da falta de atenção com o desenvolvimento das habilidades sociais ou competências sociais. Imaturos, só queremos aceitar o mundo dentro dos nossos parâmetros e planejamentos, desprezando-o como realmente é. E desprezamos mais: as razões e importâncias dos outros; o fato de nem sempre ser possível ganhar e que, quando perdemos, outra pessoa foi mais merecedora do resultado positivo.
Fique atento a como você reage aos fatos, ao inesperado… As nossas reações são um campo fértil para aprofundar o autoconhecimento.
7. Assuma os seus erros
Assumir os erros não é punir-se eternamente por eles, é responsabilizar-se e comprometer-se a se desculpar, resolver ou minimizar os efeitos que eles causaram. Todo mundo erra. A diferença está em como agimos, a partir do ato equivocado que cometemos. O autoconhecimento encoraja, porque ele nos fala da nossa falibilidade, mas também da capacidade que temos de construir, de edificar.
8. Olhe para você
Quando estiver em uma conversa com amigos e familiares, observe o seu comportamento. Ouça os seus pensamentos quando estiver sozinho; o que traz aperto no peito ou arranca um sorriso, mesmo em um dia difícil. Quando for filmado, preste atenção ao seu gestual, no que comunica com as mãos, na energia que imprime nas expressões faciais. Isso é um exercício de autoconhecimento.
É comum em pessoas em depressão ou muito frustradas com a sua aparência ou moralmente machucadas esconderem-se em posturas encurvadas, ensimesmadas.
9.Dê nome aos bois
Melhor, dê nome aos seus sentimentos e emoções. Aumente a sua intimidade com eles, não tema ou esconda o que perturba ou alegra você. Não se envergonhe das vibrações mais densas, trabalhe-as. Não se orgulhe das vibrações mais altas, perdendo-as para caminhos que levam à prepotência ou à falsa superioridade moral.
Reconheça nominalmente o que vem do coração, ampliando não só o seu vocabulário emocional, como também a destreza para acolher e para crescer com as condições de cada cenário.
Tratar as emoções pelo nome, articulando verbalmente o que se sente, aproxima, cria vínculos importantes de pertencimento e extermina os fantasmas que, a princípio desconhecidos, pareciam invencíveis. Não são. Nunca são.
10. Dome as suas feras interiores
Quando não realizamos paradas estratégicas de revisão e manutenção, vamos agindo sem perceber o que estamos fazendo e se estamos fazendo da melhor forma. Não há inferências, não há evolução, há seres reativos, que se colocam na defesa, prontos para rebater seja o que a vida oferecer.
Deixamos as nossas trevas se manifestarem, gritando o ódio e o rancor que insistimos em guardar, bem nutridos, em quartos escuros no coração. Viramos pessoas intempestivas, desequilibradas, cujas respostas costumam ser graves e desproporcionais ao tamanho dos problemas com os quais temos que lidar.
Falta capacidade de autoperdão e de perdoar o outro, falta autoconhecimento – essa lanterna que ilumina as nossas vulnerabilidades, não no sentido de expô-las, e sim de voltá-las para a verdade. Quando as feras, irracionais, insistirem em atacar, mostre o quanto você as conhece e acalme-as com uma boa dose de respeito e autoamor.
11. Peça a outros olhos que o ajudem a ver além
Temos o costume de avaliar e julgar os pensamentos e comportamentos dos outros, mas nem sempre dedicamos o mesmo rigor de análise das nossas posturas. É possível e muito saudável que, além da auto-observação, também peçamos a opinião de pessoas da nossa confiança.
Entenda: ser da nossa confiança não significa conversar apenas com quem certamente concordará com tudo o que fazemos. O ideal é que pessoas com senso crítico possam nos trazer novos pontos de vista, outros jeitos de olhar nos ajudando a ampliar o autoconhecimento, a partir de visões construtivas, diferentes e externas às nossas. Trata-se de uma espécie de mentoria.
12. Organize a sua vida
Mas, afinal de contas, o que a organização tem a ver com o autoconhecimento? Tudo. Quando organizamos as nossas listas de tarefas, de responsabilidades, de pessoas, de convidados, partimos de critérios íntimos que, muitas vezes, não nos damos conta do quanto são determinantes para nós. Quando estamos decidindo quem / o quê e em que ordem será pautado, sabemos os motivos que nos levaram a determinadas escalas.
Com esse exercício, criamos um filtro de prioridades e do ensinamento sobre nós mesmos que vêm nesse pacote. Cientes do que é importante para mim, sou mais produtivo e mais honesto com os meus sentimentos e investimentos.
13. Não faça todas as suas vontades
Sabe aqueles impulsos mais absurdos que a gente acaba se permitindo para tentar aliviar outras dores e faltas? Não faça isso. Não coma além da conta para se sentir acolhido, apesar de uma decepção amorosa. Não estoure o cartão de crédito para amenizar uma rejeição.
Perceba que essas vontades, além de serem por si só prejudiciais à sua saúde física e financeira, são superficiais e não ajudam a curar as feridas que precisam de tratamento. Busque compreender o que é apenas uma fuga, um desvio de foco e cuide da origem e não dos sintomas. Olhar para o que ainda não cicatrizou também é uma forma muito estratégica de se conhecer.
14. Responda: qual é a marca que você quer deixar no mundo?
O autoconhecimento é mais que uma ferramenta para aprendermos a lidar com as nossas questões internas. Quando nos conhecemos melhor percebemos o impacto disso no nosso olhar para o outro, no exercício da empatia.
Quais são as minhas características mais destacadas?
Sou bom de acolhimento?
As pessoas ficam à vontade quando conversam comigo?
Sou capaz de exaltar o que o outro tem de melhor ou a minha especialidade é apagar chamas de esperança por aí?
Sou caridoso?
Amoroso?
Ou grosseiro e impaciente?
Perceba que não são perguntas de fácil resposta, mas que precisam ser tratadas com honestidade, sem contornos, para que saiam, desse processo, relatórios que auxiliarão na descoberta dos pontos que preciso desenvolver; como me mostro externamente e, consequentemente, que marca estou deixando no mundo.
15. Isso é mesmo necessário?
As nossas decisões precisam ser cuidadosamente pensadas. Sempre se faça perguntas, antes de tornar conhecida a forma que escolheu agir. Tudo o que fazemos impacta na vida de outras pessoas e, quando somos racionais e criteriosos, aumentamos a autoconfiança por saber da relevância tanto do tema que colocamos em pauta quanto da argumentação envolvida, das razões que nos levaram para determinados desfechos.
Lembra que já conversamos sobre as habilidades sociais (cf. 6)? Conhecer as suas prioridades, cuidando para não atropelar as importâncias de outras pessoas, demonstra autoconhecimento e apurada inteligência emocional.
16. Entenda-se como um ser integral
Você não é apenas o físico ou o emocional, intelectual ou espiritual, o bem ou o mal. Você é um combo inteiro de potências e vulnerabilidades, luz e sombras e precisa buscar maneiras equilibradas de viver.
O autoconhecimento auxilia muito nesse processo, nos enchendo de coragem para levantar as bandeiras que julgarmos importantes e buscarmos ajuda para lidar com o que não estamos conseguindo enfrentar sozinhos.
Conhecer-se é jogar com mais intimidade com as regras e com as cartas abertas na mesa. Conhecer-se é oportunizar o amor próprio e a ruptura com as autossabotagens, inspiradas pelos medos do desconhecido, da crítica e da rejeição.
17. Conhece-te a ti mesmo e dê um jeito de se amar.
Os exercícios de autoconhecimento têm o objetivo de aumentar o seu domínio sobre quem você é, sobre quais são os pontos que demandam atenção e desenvolvimento e as potencialidades que podem iluminar a sua vida e o seu entorno.
A ideia não é conhecer-se para odiar-se uma vez que não se encontrou a perfeição. Ninguém é perfeito. Todos temos pontos fortes e fracos e todos temos condições de agir buscando a evolução. Quando somos capazes de nos amar, praticamos a caridade de nos olhar com ternura e confiança no que podemos construir. O autoamor é condição indispensável para investirmos em nós mesmos.
18. O autoconhecimento e a capacidade de ser empático
E não é que quando me aceito imperfeito eu aumento a minha tolerância com a imperfeição do outro? Sim, meu caro, quando estou, do alto da minha arrogância, medindo o mundo com a minha régua, sou extremante julgador com aqueles que não se comportam como eu acho que seja o adequado.
Quando me deparo com o ser que sou, cheio de fragilidades, que erra e sente medo, que mete os pés pelas mãos, eu não tenho como escapar: preciso, inspirado em São Francisco de Assis, compreender para ser compreendido; perdoar para ser perdoado, amar para ser amado. Quando tenho lucidez emocional, lucidez de mim mesmo, a empatia é uma abençoada consequência.
Percebeu o quanto o autoconhecimento pode fazer por você? O quanto ele é capaz de aumentar a sua capacidade de amar, de perdoar, de oferecer e pedir ajuda? O quanto ele amplia as suas habilidades sociais e profissionais e expande a sua visão de mundo?
Pratique os exercícios sugeridos, faça pausas, leia as suas ações, acolha os seus pensamentos e sentimentos e desenvolva a sua relação com você mesmo.
Não se ignore, tampouco brigue com quem você é, aprenda a lidar com as suas características e saiba que assim você estará potencializando a sua capacidade de respeitar e lidar com o outro. Conhece-te a ti mesmo e entenda a grandeza que você é e o quanto o seu universo interno, saudável e equilibrado pode transformar realidades aqui fora.
Termine essa leitura com “chave de ouro” meditando essa belíssima Oração de Santo Tomás de Aquino
Que eu chegue a Ti, Senhor, por um caminho seguro e reto.
Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a Ti.
Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos por tua causa,
Senhor, e tudo o que te diz respeito me seja caro,
mas Tu, meu Deus, mais do que o resto.
Qualquer alegria sem Ti me seja fastidiosa,
e nada eu deseje fora de Ti.
Qualquer trabalho, Senhor, feito por Ti me seja agradável
e insuportável aquele de que estiveres ausente.
Concede-me a graça de erguer continuamente o coração a Ti
e que, quando eu caia, me arrependa.
Torna-me, Senhor meu Deus,
obediente, pobre e casto;
paciente, sem reclamação;
humilde, sem fingimento;
alegre, sem dissipação;
triste, sem abatimento;
reservado, sem rigidez;
ativo, sem leviandade;
animado pelo temor, sem desânimo;
sincero, sem duplicidade;
fazendo o bem sem presunção;
corrigindo o próximo sem altivez;
edificando-o com palavras e exemplos, sem falsidade.
Dá-me, Senhor Deus, um coração vigilante
que nenhum pensamento curioso arraste para longe de Ti;
um coração nobre que nenhuma afeição indigna debilite;
um coração reto que nenhuma intenção equívoca desvie;
um coração firme que nenhuma adversidade abale;
um coração livre que nenhuma paixão subjugue.
Concede-me, Senhor meu Deus,
uma inteligência que te conheça,
uma vontade que te busque,
uma sabedoria que te encontre,
uma vida que te agrade,
uma perseverança que te espere com confiança
e uma confiança que te possua, enfim.
Amém.
Padre Chrystian Shankar
Padre Diocesano da Diocese de Divinópolis, Reitor do Santuário Diocesano São Frei Galvão, Master Coach pelo IBC, Treinador Comportamental pelo IFT, Especialista em Inteligência Emocional pela SBie e Practitioner Programação Neurolinguística (PNL) pelo Instituto VOCÊ