Considerada a doença que mais incapacita as pessoas no mundo todo, também conhecida como o câncer da alma, a depressão acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo, conforme dados da OMS(Organização Mundial da Saúde).

Muitas pessoas sofrem com a depressão, que é uma doença silenciosa, causa muitos problemas na vida de quem adoece e não tem idade para acontecer, sendo a maior responsável pelo aumento do número de suicídios no mundo todo.

O Brasil é o campeão em casos de depressão da América Latina e o segundo das Américas ficando atrás apenas dos EUA (Estados Unidos da América), de acordo com dados da OMS. Obviamente muitos casos existem e não são notificados, muitas vezes, por desconhecimento da doença e/ou sentimentos de culpa, vergonha e desinteresse que são característicos da doença.

Neste artigo, você irá entender o que é a depressão, quando ela pode ocorrer, quais são as causas,  os sintomas apresentados e o tratamento necessário.

O que é a depressão?

A depressão, também chamada de transtorno depressivo maior, é uma doença psiquiátrica que acomete muitas pessoas de forma negativa, gerando muitos prejuízos na saúde do indivíduo, em todos os contextos das 7 saúdes:

  • Na saúde mental;
  • Na saúde física;
  • Na saúde familiar;
  • Na saúde financeira;
  • Na saúde conjugal;
  • Na saúde espiritual;
  • Na saúde profissional.

É uma doença que age nos sentimentos e nas atitudes das pessoas. Quem sofre com depressão tem sentimentos de tristeza profunda, mas não é a tristeza passageira que muitas pessoas tem, a tristeza profunda é aquela que traz dor no peito e não passa. É aquela que deixa a pessoa sem vontade de fazer absolutamente nada, que faz com que perca o interesse pelas coisas e pelas pessoas.

A pessoa que adoece com depressão tem prejuízos em todo o contexto de sua vida, e dessa forma, as 7 saúdes poderão entrar em colapso devido a depressão. 

Na saúde mental, a pessoa que tem depressão enfrenta sentimentos ruins que influenciam na forma como vê as situações e como se comporta perante o cenário de sua vida. Sintomas e sentimentos se fazem presentes, como por exemplo:

  • Tristeza profunda;
  • Alterações no sono;
  • Falta de interesse pelas coisas;
  • Perda de energia;
  • Falta de motivação;
  • Dificuldade para raciocinar;
  • Sentimentos de culpa;
  • Baixa autoestima.

O diagnóstico da depressão é realizado pelo médico, que fará consulta médica e avaliação para diagnosticar e prescrever o tratamento necessário. Serão descartadas outras possibilidades que possam ter sintomas semelhantes à depressão, por exemplo:

  • distúrbios da tireóide;
  • Tumor cerebral;
  • Deficiência de vitaminas.

A saúde mental fica prejudicada e afeta todas as outras 6 saúdes. É preciso que você entenda que sua mente rege seus sentimentos e esses podem desencadear doenças físicas e afetar todo o cenário de sua vida. Por isso, a sua saúde mental merece toda a sua atenção e carinho. É preciso investir nela, pois é ela quem irá comandar a sua vida.

Na saúde física a depressão atua através de alguns sintomas físicos, por exemplo:

  • Dor de cabeça;
  • Dores no corpo, em geral;
  • Perda de peso;
  • Tonturas;
  • Dor de barriga;
  • Alteração da pressão arterial;
  • Infecções recorrentes devido a baixa imunidade.

Na saúde familiar a depressão causa conflitos nas relações familiares, pois a pessoa com depressão deixa de ter o papel que antes tinha, seja como provedor no lar, seja como pai, mãe, irmã, filho ou avô. É como se estivesse apenas “ de corpo presente” sem participar das atividades, das responsabilidades do seio familiar, pelo contrário, agora ele gera desconforto e sofrimento aos familiares que têm que cuidar dele.

Na saúde financeira essa doença gera muitos problemas e prejuízos. A pessoa com depressão não tem atenção com suas finanças, ela não tem interesse por nada, e sofre um grande abalo na sua vida financeira. 

Muitos casos de falência de grandes empresários são resultado da depressão que está relacionada ao abuso de álcool e outras drogas. Não são raros casos assim, em que pessoas que sempre trabalharam e conquistaram seus sonhos de repente se veem sozinhos e falidos.

A saúde conjugal também é abalada e muitos casamentos chegam ao fim. Nesta fase o cônjuge adoecido não assume mais as funções que até então assumia, como de provedor do lar, de esposa, mãe e pai. 

Imagine um esposo que sempre foi atencioso, amoroso, bom pai e agora fica em casa deitado, sem vontade de tomar banho, sem interesse por nada, sendo que o sentimento que toma conta é o de tristeza que não tem fim e ele não consegue explicar. Se a esposa não tiver maturidade para ser o esteio da família neste momento e dar apoio no tratamento do esposo, o casamento acaba.

A saúde espiritual é abalada pela depressão. Os sentimentos de desesperança e falta de motivação e fé, levam as pessoas a sentirem a sua vida um grande vazio em que a fraqueza da mente, do corpo e do espírito tomam conta de sua existência.

A espiritualidade perde sentido na depressão pois o indivíduo fica “descrente” seja no mundo, em Deus e principalmente nele. O sentimento de transcender em algo maior perde o sentido quando ele não se percebe mais como um ser que ama, que respira, que vence, e sim, como algo inerte, onde os sentimentos bons se apagaram e só tem lugar o grande vazio.

Na saúde profissional a depressão tem aumentado o número de profissionais que precisam se afastar do trabalho, como também, é responsável pelo aumento de casos de suicídio principalmente entre os profissionais da saúde durante a pandemia pelo Covi-19.

No ambiente de trabalho o profissional não produz mais como antes, começa a faltar, chegando até a se afastar com atestado médico. Muitos ao retornar perdem o emprego, o que dificulta ainda mais a sua situação financeira. Neste contexto profissional, por vezes ele sofre preconceito sendo visto como preguiçoso ou alguém que não quer trabalhar.

Tristeza não é depressão

O sentimento de tristeza é algo natural do ser humano. Quando perdemos uma pessoa querida nos sentimos tristes e passamos por um processo de luto. No entanto, essa tristeza é perfeitamente normal e esperada.

Porém, quando a tristeza não passa e modifica o humor, os hábitos de vida da pessoa, quando está associada a sintomas físicos como dor no peito, fraqueza, dores crônicas, desesperança, alterações no sono, choro “crônico”, então ela pode ir além da  tristeza, ela pode ser sintoma de depressão.

Por isso, esse momento é extremamente valioso para você entender essa diferença e usar para a sua vida e para a vida daqueles que convivem com você. Não ignore os sintomas e não chame a tristeza de depressão, Ao se referir a uma pessoa triste, não estigmatize a mesma chamando de “depressiva”, pois pode não ser um quadro depressivo. Perceba algumas diferenças entre elas:

  • No luto, a tristeza e os sentimentos dolorosos vem em ondas, e se intercalam com lembranças positivas do falecido. A auto-estima é mantida;
  • Na depressão maior a tristeza, o humor e interesse da pessoa, diminuem por períodos de mais de duas semanas.

A perda de um ente querido pode ser um gatilho mental para a depressão, e nesse caso, o processo de luto é mais intenso, pois vem acompanhado pela depressão. Esse entendimento sobre a diferença de tristeza, luto e depressão é fundamental para adequar a conduta médica e o tratamento certo para a pessoa.

Diferença entre depressão e ansiedade

Muitas pessoas dizem que a ansiedade e a depressão são a mesma coisa, no entanto, elas são agravos distintos, contudo, podem estar associadas. A ansiedade é um quadro em que a pessoa está o tempo todo “ligada”, com preocupação excessiva, medo e angústia. Também é caracterizada por:

  • Inquietação;
  • Sensação de pressa;
  • Sensação de urgência.

A ansiedade é algo vital que move o indivíduo a sua sobrevivência, no entanto, quando ela interfere na vida do indivíduo, precisa ser tratada. Esse agravo pode gerar falta de ar, dor no peito, aumentar o ritmo cardíaco e outros danos à saúde física.

Por outro lado, a depressão interfere em todo organismo, na forma como a pessoa se vê e se comporta, alterando todo o seu contexto de vida, como já mencionado anteriormente, interferindo nas 7 saúdes.

Na depressão é como se a pessoa estivesse “desligada” de tudo e principalmente de si. Quando o sentimento de vazio toma conta e ela não tem interesse por nada, não tem objetivos e nem metas, como se estivesse literalmente  “apagando”.

No entanto, médicos psiquiatras podem diagnosticar a associação de ansiedade e depressão no mesmo paciente, e tratar adequadamente. Isso não é comum, mas pode haver sim a associação de ansiedade e depressão. Vamos a um exemplo:

  • Uma mulher , jovem, casada, tem crises de ansiedade com medo excessivo de tudo, muitas preocupações, seja com o casamento, medo de traição, preocupação com os filhos, com a casa e tem sintomas de ansiedade. Ela perdeu o pai e teve sintomas depressivos, desenvolvendo uma depressão maior.

São casos em que tanto a ansiedade quanto a depressão se fazem presentes, porém não são comuns. Geralmente, quando ocorre a depressão, os sintomas são bem característicos e repito, é como se a pessoa estivesse “desligada”.

Causas da depressão

A depressão pode ocorrer em qualquer pessoa e em qualquer idade, ela não escolhe classe social e nem gênero. Vejamos alguns exemplos de possíveis causas da depressão:

  1. Genética

A história familiar de depressão aumenta a chance, no entanto não existe um único gene que seja o exato causador, pois a depressão é complexa e a comunidade científica enfatiza que diversos genes podem ter efeitos e contribuir no aparecimento da doença. 

2. Presença de doenças crônicas

Sabe-se que quando a pessoa enfrenta certas doenças que possuem tratamento longo e na maioria das vezes que duram a vida toda, como as doenças crônicas, ela tem uma maior propensão a desenvolver a depressão. Pelo fato de passar por restrições, seja na alimentação, na movimentação, ou ainda na presença de dores crônicas e com uso de muitas medicações, tudo isso gera sofrimento mental e pode desencadear a depressão. Veja algumas delas:

  • Diabetes;
  • Artrite reumatóide;
  • Câncer;
  • HIV;
  • Fibromialgia, entre outras.

Além disso, os familiares que convivem e cuidam do indivíduo que sofre com doença grave, por exemplo, o câncer, tendem a sofrer também com cansaço mental e físico, pelo desgaste do tratamento , a angústia dos resultados dos exames, o medo de perder o ente querido.

3. Morte e luto

Todos sabem que a morte vai acontecer, no entanto, quando ela chega e leva uma pessoa que amamos, gera muita tristeza e dor. Esse quadro de tristeza e intenso sofrimento mental pode desencadear um quadro depressivo. 

Quando o choro e a tristeza não passam, é preciso buscar atendimento médico e psicológico. Mesmo sabendo que a morte traz o processo de luto, a depressão pode surgir quando os sintomas geram prejuízos na vida dos indivíduos como já referenciado anteriormente, pois, a tristeza e a depressão são coisas distintas.

4. Acontecimentos marcantes na vida

Alguns momentos na vida são marcantes e podem causar grande sofrimento psíquico e desencadear a depressão. Fatos como o divórcio, desemprego e fim de relacionamentos amorosos costumam ser gatilhos mentais para a depressão.

Neste sentido, é muito importante ver o lado positivo, por exemplo, se perdeu o emprego, perceba que talvez não era o emprego que você queria e agora poderá buscar trabalhar em um novo emprego que esteja mais adequado a você ou, quem sabe, iniciar o seu próprio negócio.

5. Relacionamentos abusivos

Os relacionamentos abusivos são fatores que costumam corroborar no diagnóstico de depressão. Casos como:

  • violência doméstica;
  • Bullying;
  • Estupro;
  • Relações profissionais abusivas;

São alguns exemplos de abuso nas relações que trazem grande desgaste emocional, e os sentimentos negativos são tão presentes que a pessoa começa a desacreditar em si, a não ver sentido na sua vida, só dor e sofrimento, tristeza e vazio, e dessa forma pode desencadear a depressão.

Nesses casos, resgatar o amor próprio é fundamental. Você não precisa sentir vergonha e nem culpa, mas precisa contar a quem confia e agir. Denunciar quando for o caso e cuidar de você, pois o que aconteceu contigo, por mais difícil que seja, não definirá quem você é, isso só você pode fazer, ninguém mais poderá, e nem você permitirá.

6. Alterações Hormonais

Existem períodos na vida da mulher que ocorrem alterações hormonais com a diminuição do estrogênio, por exemplo, na gravidez, no pós-parto, na menopausa. São fases muito importantes na vida da mulher, onde essa alteração hormonal pode modular o humor e as suas emoções.

O ômega 3 tem demonstrado grande valia na melhora dessa estruturação bioquímica celular, do humor, e nas respostas anti inflamatórias. Alguns alimentos auxiliam nesta fase por serem ricos em triptofano e serotonina, que são substâncias que causam bem estar. 

– Alimentos que auxiliam na depressão

Alimentos ricos em proteínas como carne, peixe, ovos e leite são ricos em triptofano. Vejamos exemplos:

  • queijos;
  • amendoim;
  • castanha de caju;
  • carne de frango;
  • ovo;
  • ervilha;
  • pescada;
  • abacate;
  • batata;
  • banana.

Além do triptofano, também existem vitaminas importantes que atuam no bem estar físico e mental, como o cálcio, magnésio, vitamina D e vitaminas do complexo B.

Mulheres que estão no período da menopausa e sofrem com a mudança de humor e sintomas depressivos, poderão realizar avaliação médica e acompanhamento para a reposição hormonal que fará toda a diferença na sua saúde mental. 

7. Uso de alguns remédios

Algumas pessoas precisam fazer uso de medicamentos que podem diminuir a produção da serotonina, substância que nosso organismo precisa para produzir o bem estar, por exemplo: a Prolopa (usada no tratamento do Mal Parkinson) e o Zovirax (usado no tratamento de herpes). No entanto, isto não quer dizer que todas as pessoas que tomam esses remédios terão depressão, apenas a propensão aumenta para tal.

Pode ser feita a substituição da medicação se for o caso. No entanto, se isso não for possível, o médico poderá associar medicamentos antidepressivos ao tratamento.

Tipos de depressão

  •  Episódios depressivos

Alguns acontecimentos na vida podem desencadear episódios depressivos, que são períodos em que a pessoa apresenta os sintomas. Esse período pode durar cerca de 6 meses em que a pessoa apresenta a mudança nos comportamentos. Por exemplo:

  • Tristeza;
  • Falta de iniciativa;
  • Alteração no sono;
  • Alteração no apetite;
  • Pensamento lento.
  • Transtorno depressivo maior (depressão profunda)

Quando uma pessoa apresenta episódios recorrentes de depressão ou então esses episódios possuem um tempo maior e com sintomas mais intensos, então ela poderá apresentar um transtorno depressivo maior.

Neste caso, a herança genética tem grande relação a esse tipo de depressão, ocorrendo mudanças químicas no cérebro que passa a ter redução nas substâncias que atuam no humor e sensação de bem estar.

Esse tipo de depressão é considerado o mais grave pois os sintomas são intensos e duram mais tempo, pois, ao contrário de um episódio depressivo que pode durar 6 meses, a depressão maior pode durar anos. Os sintomas são clássicos para todos os tipos de depressão, mas nesse caso perduram por um período mais longo, por exemplo:

  • Tristeza profunda e que não passa;
  • Perda de de energia;
  • Fadiga constante;
  • Sentimentos de culpa;
  • Pensamentos de morte e suicídio.

O tratamento seguirá a prescrição de remédio antidepressivo e psicoterapia.

  • Depressão Bipolar

A pessoa que sofre com a bipolaridade, alterna o seu estado mental em períodos de depressão e euforia, como se na depressão ela estivesse “desligada” e na euforia “ligada”. Além dos sintomas de depressão, conforme citei anteriormente, as pessoas que sofre desse transtorno podem apresentar sintomas característicos da fase de euforia, por exemplo:

  • Hiperatividade;
  • Aumento da energia;
  • Agitação;
  • Aumento da impulsividade;
  • Obsessão por determinados assuntos.
  • Distimia

É um tipo de depressão crônica que pode durar dois anos ou mais, entretanto não é mais grave do que a depressão profunda. Entre os sintomas clássicos de depressão, alguns que caracterizam a distimia são:

  • Tristeza na maior parte do dia;
  • Reclamar constantemente;
  • Se preocupar com a opinião das outras pessoas;
  • Alteração no peso;
  • Ser incapaz de se divertir;
  • Ser excessivamente crítico.
  • Depressão Atípica ou Sorridente

Esse tipo de depressão é realmente atípica, quando a pessoa consegue ter uma vida social e profissional sem grandes alterações aparentes, contudo, a depressão está lá. Também chamado por alguns de depressão sorridente, pois o indivíduo consegue ter respostas positivas em momentos de alegrias, no entanto passado esta fase ele retorna ao estado deprimido. Este subtipo de depressão é perigosa pois tanto o indivíduo que a possui quanto os profissionais podem ter dificuldade no diagnóstico da depressão.

Se você quiser saber mais sobre este tipo de depressão, que acomete tanta gente, não deixe de ver este post lá no meu Instagram.

  • Depressão Sazonal

Este tipo de depressão ocorre em determinadas épocas, por exemplo, quando há pouca exposição ao sol, nos dias frios e chuvosos. Também podem ocorrer em determinados períodos do ano, por exemplo em datas comemorativas ou significativas na vida do indivíduo.

  • Depressão pós-parto

No pós parto a mulher passa por alterações hormonais inerentes ao processo gestacional, no entanto algumas passam por esse período com sintomas mais intensos de depressão, é a chamada depressão pós parto. 

Sentimentos típicos já descritos como tristeza profunda, choro fácil, desmotivação associam-se à sintomas relacionados à gravidez e ao seu filho, como a perda do interesse pelo recém-nascido. 

  • Depressão psicótica

Esse tipo de depressão não é comum e pode ser considerado grave, pois além dos sintomas típicos de depressão como tristeza profunda, ocorrem também delírios e alucinações, por exemplo quando a pessoa ouve vozes e relata ter visões. Esses casos podem ocorrer mesmo quando não existe história de psicopatia na família.

Muitos pacientes com depressão psicótica acreditam estar sendo perseguidos e ameaçados, relatam ver pessoas e ouvir vozes. Em alguns casos é preciso de internação para controlar os sintomas do paciente, no entanto, o tratamento se dá com o uso de medicações antidepressivas e antipsicóticas, e em casos mais estáveis, é indicado terapia.

  • Depressão na adolescência

O período da adolescência pode ser crítico para alguns adolescentes e ocorrer a depressão. Nesta fase, a depressão se parece muito com a depressão profunda, no entanto neste caso, no lugar da tristeza ocorre a irritabilidade.

Alguns pais acham que pode ser rebeldia “da fase” e ignoram os sintomas apresentados pelo adolescente, como 

  • Dificuldade de estudar,;
  • A resistência em fazer tarefas
  • Ficar muito tempo fechado no quarto;
  • Dificuldade para sair da cama.

A depressão costuma ocorrer em adolescentes em uso de drogas, com problemas de ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade. Muitos adolescentes usam camisas com mangas longas para esconder os braços, pois alguns deles, se auto-mutilam, cortam os braços e se auto-lesionam enquanto outros cometem suicídio.

O tratamento será de acordo com a avaliação do pediatra que em alguns casos poderá indicar o uso de medicamentos associados à terapia psicológica. A família é fundamental no tratamento da depressão do adolescente, por isso é importante estabelecer conversas sinceras,entre pais e filhos de forma a estreitar os laços afetivos da família.

  • Depressão Infantil

Algumas pessoas pensam que criança não tem depressão, no entanto, vou esclarecer que , criança pode desenvolver depressão sim. No caso da criança, assim como no adolescente o sintoma de tristeza profunda costuma ser substituído por irritabilidade.

Alguns sintomas que podem fazer parte do quadro depressivo na infância:

  • Perda de energia ou agitação;
  • Irritabilidade;
  • Isolamento;
  • Perde o interesse pelos brinquedos que mais gosta;
  • Alteração no sono;, medos da noite;
  • Alteração no apetite;
  • Humor deprimido.

A depressão infantil pode estar mascarada por alguns sintomas que muitos pais não percebem, como por exemplo:

  • Pouca capacidade para se divertir;
  • Baixo desempenho escolar;
  • Queixas de dores físicas como dor na barriga, na cabeça, ou em outra parte do corpo.
  • A criança volta a fazer “xixi” na cama.

Muitos pais culpam as crianças de timidez por não se divertirem como as outras, e não percebem que os sintomas podem ser de depressão na infância. Alguns pais até podem perceber mas por sentimentos de culpa, muitas vezes preferem negar essa possibilidade e dizem que é da personalidade da criança, no entanto, é preciso que fique claro aqui que o ideal é levar a criança para avaliação de um profissional.

Os fatores de risco podem ter diversas vertentes, veja os principais:

  • Problemas conjugais;
  • Problemas financeiros;
  • Morte de um dos pais ou avós;
  • Gravidez indesejada;
  • Alcoolismo na família;
  • Abandono dos pais;
  • A falta de vínculo afetivo dos pais com a criança.

Com a correria do dia a dia de muitos pais, algumas crianças ficam com babás e tem pouco contato com os pais, que quando chegam em casa, muitas vezes não dão atenção aos filhos. A criança tem sentimentos de abandono e isso pode se manifestar posteriormente como depressão.

A personalidade da criança é formada na infância e se nesta fase ela enfrentar a depressão e não for percebida e tratada ela tem grandes chances de ter depressão crônica na vida adulta e até de ser um futuro suicida.

Não existe tratamento melhor que o vínculo afetivo dos pais com a criança. Ela não tem culpa dos problemas conjugais e financeiros, ela precisa de cuidado, educação e amor. Jamais faça a criança se sentir culpada por seus problemas pessoais, pois esse sentimento de culpa ela levará por toda a sua vida.

Pais e professores podem ajudar no diagnóstico da depressão infantil

No lar os pais podem identificar os sintomas, entretanto, o contato constante com os professores é fundamental. O baixo rendimento escolar, o isolamento da criança, a falta de interação com os colegas podem corroborar no futuro diagnóstico médico de depressão infantil.

Os pais precisam participar da vida de seus filhos no ambiente educacional, que são coisas simples, como por exemplo:

  • Buscar o filho na escola,;
  • Participar das reuniões de pais e programações festivas da escola;
  • Participar de torneios infantis;

Essas simples atitudes fazem toda a diferença, elas têm uma representação muito grande para as crianças, faz com que elas se sintam amadas e isso já é um grande passo no processo de cura para qualquer doença mental que a criança esteja desenvolvendo. 

  • Depressão na menopausa

A fase da menopausa é permeada por oscilações hormonais e término das funções reprodutivas para a mulher. Um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, verificou que as mulheres na fase da menopausa têm risco aumentado para desenvolver a depressão.

Menopausa é o período considerado em um ano após a última menstruação da mulher. O período denominado climatério é o que antecede a menopausa e traz todos os sintomas que causam desconfortos para a mulher como ondas de calor, humor deprimido ou irritabilidade, disfunções sexuais.

O que ocorre no período do climatério é que o estrogênio, que é um hormônio importante para o bem estar e humor da mulher, nesse período está diminuído. Não é apenas esse o motivo para a depressão nesta fase, no entanto, aumenta o risco de desencadear a depressão.

Outros fatores estão relacionados, principalmente quando a mulher já apresenta um histórico de depressão, por exemplo:

  • Depressão gestacional;
  • Depressão pós-parto;
  • História de violência doméstica;
  • História de abuso sexual;
  • Traumas da infância e adolescência;
  • Divórcio;
  • Luto.

O transtorno dismórfico corporal, a conhecida TPM e a depressão induzida pelo uso de anticoncepcionais orais, também podem influenciar na depressão desta fase.

A reposição hormonal é muito importante para a saúde da mulher na menopausa, pois ela melhora os sintomas desconfortáveis como por exemplo:

  • Melhora a libido;
  • A Osteoporose;
  • Melhora a qualidade do sono;
  • Melhora a lubrificação vaginal;
  • Diminui a incidência de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio. 

Antes de parar de ovular, a mulher passa cerca de 2 a 5 anos com irregularidade no ciclo menstrual. Aos 45 anos é importante perceber essas irregularidades para compreender em que fase ela se encontra.

O tratamento médico é baseado no uso de antidepressivo, psicoterapia e reposição hormonal. É fundamental que a mulher faça o tratamento corretamente, o que fará toda a diferença na qualidade de vida dela nesta fase tão importante que é a menopausa.

  • Depressão gestacional

 A gestação é um momento muito esperado pela maioria das mulheres, no entanto, pode ser uma fase na vida da mulher que pode ocorrer a depressão gestacional. As modificações hormonais podem aumentar as chances de depressão na gravidez, associado a outros fatores, por exemplo:

  • Gravidez na adolescência;
  • Histórico de depressão;
  • Histórico de ansiedade;
  • Histórico de abuso sexual e violência doméstica;
  • Gravidez indesejada;
  • Mãe solteira.

As alterações de humor são normais durante a gravidez pela influência hormonal, no entanto , se os sintomas forem intensos e duram semanas ou meses é preciso falar com o obstetra. Sintomas como:

  • Perda de interesse pelas atividades diárias;
  • Tristeza profunda;
  • Perda de energia;
  • Ansiedade;
  • Crises de choro;
  • Sentimentos de culpa;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

O tratamento da depressão gestacional é de acordo com os sintomas apresentados pela mulher. Em alguns casos apenas a psicoterapia é suficiente, porém em outros pode ser necessário o uso de antidepressivo. Melhorar alguns hábitos de vida é importante, por exemplo:

  • Consumir alimentos saudáveis e nutritivos;
  • Diminuir o consumo de açúcar;
  • Diminuir a cafeína;
  • Optar por chás calmantes como camomila e erva-cidreira;
  • Ouvir música que acalme;
  • Trabalhar a sua espiritualidade e a fé.

Conclusão

A depressão é sem dúvida uma das doenças que mais prejudica as pessoas em todos os contextos de sua vida, ou seja, na suas 7 saúdes, ela não tem idade e nem classe social para acontecer.

Conhecer e compreender a depressão nas diversas fases da vida é essencial. O diagnóstico precoce pode colaborar no tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida da pessoa adoecida. Entretanto, é preciso que fique claro que é necessário que a pessoa com depressão tenha consciência do quadro, aceite e “queira” melhorar. Então, entenda que você precisa se ajudar!

Agora que você completou essa leitura, preciso que faça uma avaliação de sua história de vida e de como andam seus pensamentos e seus sentimentos hoje. O autoconhecimento é o primeiro passo. Após isso, prometa para você mesmo que, de hoje em diante, seus pensamentos e sentimentos serão positivos e iluminados.

A jornada iluminar vai ajudar você a ressignificar e recomeçar sua história com muita luz e vitórias. Lembre-se:

Você nasceu para iluminar!

E antes de você ir embora, não deixe de ver o vídeo abaixo, do padre Chrystian Shankar, onde ele aborda este tema tão importante nos dias atuais, a depressão, mostrando caminhos para que você possa encontrar a cura, afinal, sim, depressão tem cura!

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Andreia Nicoletti

Mãe, Casada, Enfermeira, Especialista em Cardiologia, Auditoria em Saúde, Nutrição e Estética Funcional, Mestre em Ciências da Saúde e professora Universitária.

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