A importância da educação financeira e como ela pode lhe ajudar no caminho para enriquecer, formar um patrimônio e ter uma aposentadoria tranquila, segura e feliz.

Infelizmente, no Brasil, assuntos relacionados a finanças pessoais, orçamento familiar e planejamento financeiro ainda são pouco discutidos em comparação com países mais desenvolvidos.

Diversas pesquisas recentes comprovam que assuntos relacionados a dinheiro figuram entre as principais razões de brigas conjugais e, inclusive, divórcios, sobretudo por uma falta de comunicação e entendimento sobre as formas como os recursos devem ser gastos.

São comuns os casos em que o casal nunca toca no assunto finanças dentro de casa, onde os cônjuges não sabem absolutamente nada sobre a renda um do outro e não existe nenhum tipo de planejamento financeiro familiar de curto, médio e longo prazo.

Pense um pouco sobre a sua casa, por exemplo.

– Você e seu cônjuge conversam sobre dinheiro?

– Vocês sabem quanto o outro ganha e realizam um planejamento financeiro da família, acompanhando mensalmente o fluxo de dinheiro da família?

– Vocês tem planos financeiros de curto, médio e longo prazo, com o objetivo aumentar o patrimônio familiar e garantir um conforto e segurança financeira nas suas velhices?

Se você respondeu não para todas essas perguntas, acredito que esteja mais do que na hora de entender a importância da educação financeira na sua vida, afinal, se dinheiro não trás felicidade, como dizem por aí, a falta de dinheiro também não traz, não é mesmo?

Caso você seja jovem e/ou ainda não tenha constituído família, este é um tema ainda mais importante e eu ficaria extremamente atento. Isso por que muitos jovens tem a falsa impressão de que não precisam ainda se preocupar com dinheiro, afinal, como geralmente ainda estão construindo a sua vida profissional, pensam que esse só será um tema importante quando eles tiverem muito dinheiro na conta.

Se você pensa assim, se acha que só é preciso pensar em dinheiro, investimentos, finanças pessoais, etc, quando você tiver dinheiro, tenho que te dizer que você está redondamente enganado!

E falo isso pela minha própria experiência de vida, pois aprendi na pele, através dos meus próprios erros, um conceito muito importante: dinheiro não aceita desaforo – se você não cuidar dele, ele vai embora!

E a melhor coisa que podemos fazer é aprender a lidar com o dinheiro antes mesmo de termos ele. Não espere para se educar e começar a construir hábitos financeiros saudáveis somente quando tiver o salário perfeito, pois talvez esse dia nunca chegue.

Não importa se o seu objetivo é ser rico, ganhar muito dinheiro, ficar milionário ou simplesmente ter uma aposentadoria tranquila, garantir, ao longo da sua vida, a sua estabilidade financeira só será possível se você avaliar e desenvolver os seus hábitos através de novos conhecimentos.

E neste texto, que preparei com muito carinho para você, você aprenderá:

– Dicas para melhorar as suas finanças;

– Passo a passo para organizar a sua vida financeira e alcançar os seus objetivos.

– Como atingir a tão sonhada liberdade financeira?

– Como ficar longe das dívidas ruins?

– Como começar a investir e garantir um futuro tranquilo financeiramente? 

Ok, mas o que significa essa tal de educação financeira?

Eu acredito que Educação Financeira é a arte de dominar o dinheiro, transformando-o em nosso aliado, amigo e empregado.

Aliás, você já ouviu um ditado que diz que “o dinheiro é um ótimo empregado, porém um péssimo patrão”? Pois bem, essa é uma regra muito importante e que você ter em mente a partir de agora.

Imagine as duas situações a seguir:

1)  Depois de mais de 30 anos de vida profissional, você se aposenta e além do valor recebido através da sua aposentadoria, poderá contar com a renda proveniente de um 3 imóveis que construiu ao longo da sua vida (além da sua própria casa, onde reside), bem como de alguns investimentos financeiros que realizou, como um plano de previdência privada e os dividendos oriundos de ações que comprou.

2)  Depois de mais de 30 anos de vida profissional, você se aposenta e se dá conta de que a renda proveniente da sua aposentadoria não será suficiente para arcar com todas as despesas da sua família. Além do aluguel e do financiamento do seu veículo, as despesas com remédios se tornam maiores, você já se encontra com uma dívida no cheque especial e se vê obrigado a pedir um empréstimo consignado para resolver algumas pendências. 

Por favor, isso é muito importante! Peço que feche os seus olhos e se imagine, por pelo menos 30 segundos, em cada uma das situações acima. Como você estaria se sentindo em cada uma delas? Onde estaria mais estressado? Em que situação estaria mais feliz?

Perguntas fáceis de serem respondidas, não é mesmo? Pois bem, então agora você entendeu o ditado na prática. Na situação 1, após uma vida inteira baseada nos princípios da educação financeira, você encontrar-se-ia em uma situação onde o dinheiro seria o seu funcionário, ou seja, ele iria trabalhar para você e lhe dar, todos os meses, ainda mais dinheiro.

No segundo caso, o inverso aconteceria e você teria que tomar dinheiro emprestado, em troca de juros, para poder continuar a manter a sua casa, ou seja, ao pegar o empréstimo, mensalmente você iria pagar juros por ele e, dessa forma, você é quem estaria trabalhando para o dinheiro, você seria o seu empregado!

Daí eu te pergunto: você quer ser o patrão ou o empregado do dinheiro? Outra pergunta fácil, não é? Porém, para que isso aconteça, você deve começar agora a entender como o dinheiro funciona, como usá-lo a seu favor e multiplicá-lo de forma inteligente aplicando os conceitos da educação financeira em sua vida.

A educação financeira tem um papel primordial e fundamental ao desenvolver habilidades e competências que permitem consumir, poupar e investir os recursos que temos de forma responsável e consciente, propiciando uma base mais segura para o indivíduo alcançar todos os seus objetivos e ser feliz.

Apesar da Educação Financeira ter sido incluída, em 2017, na Base Nacional Curricular (BNCC) da educação infantil e do ensino fundamental e de algumas iniciativas públicas estarem sendo desenvolvidas com o objetivo de ampliar as informações sobre o tema, como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), falar sobre dinheiro ainda é considerado um tabu em muitas famílias e instituições educacionais, algo que precisa ser mudado em nossa sociedade.

Além disso, os pais têm uma importância significativa na Educação Financeira dos filhos e se você começar desde já a cultivar bons hábitos financeiros em casa, dar o exemplo e ensinar os seus filhos a lidar com questões financeiras, certamente o futuro deles tenderá a ser muito mais promissor.

Entendendo melhor a importância da educação financeira

Todo mundo sonha em ser bem sucedido e alcançar a independência financeira, não é, e não há pecado nenhum nisso, porém, o que muitas pessoas acreditam é que a riqueza está relacionada à sorte ou algum tipo de estratégia mirabolante a qual somente os grandes empresários e investidores têm acesso e que guardam a sete chaves.

Não é bem assim. Riqueza e a abundância estão relacionadas à disciplina e a criação de hábitos financeiros saudáveis. E tudo começa pelo básico!

 

Imagine por exemplo duas novas situações com os nossos amigos fictícios João e Paulo.

João é Oficial do Exército Brasileiro e recebe um salário de aproximadamente R$8.000,00. Desse valor, João paga aproximadamente R$2.500,00 do financiamento de uma caminhonete, cujo preço total é de mais de R$150.000,00, cerca de R$2.000,00 de aluguel em um apartamento muito bem localizado na cidade em que mora e mais R$1.800,00 da parcela de um empréstimo consignado que fez para dar de entrada no seu veículo, pagar o seu casamento e realizar um viagem ao exterior de lua-de-mel . O restante do seu salário João gasta com as suas despesas pessoais e com o conforto que gosta de ter, sempre frequentando os melhores lugares, pois acredita que pelo fato de possuir estabilidade em seu emprego e ter a sua aposentadoria garantida não precisa ter uma reserva de emergência ou se preocupar com formas eficientes de investir o seu dinheiro.

Já Paulo é Sargento do Exército Brasileiro e recebe um salário mensal de aproximadamente R$4.000,00. Desse valor, Paulo paga aproximadamente R$1.200,00 de aluguel e utiliza cerca de R$1.500,00 para pagar as despesas fixas do lar. Paulo comprou um veículo popular à vista com o dinheiro da sua última transferência e todos os meses, poupa R$1.000,00, sendo que metade desse valor, por ser a sua reserva de emergência, é aplicado em um Fundo de Renda Fixa, que lhe garante uma rentabilidade pequena, porém, permite que o dinheiro seja acessado rapidamente em caso de necessidade e a outra metade ele investe em um outro produto financeiro que lhe traz maior rentabilidade, porém é mais arriscado. Mais importante ainda, Paulo se dedica, fora do horário do seu expediente, a estudar para um concurso público que lhe ofereça um salário melhor, além de frequentemente ler livros, artigos e acompanhar no YouTube os conteúdos relacionados à educação financeira e empreendedorismo.

Pense bem sobre os nossos dois amigos. Ambos são excepcionais profissionais, militares exemplares em seus batalhões, porém que tem dois estilos de vida, com relação às finanças pessoais, completamente diferentes.

Agora eu quero que você responda rápido, sem pensar: Qual dos dois está correto, João ou Paulo?

… Pense …

Se você respondeu realmente rápido, aposto que respondeu que o nosso amigo João está errado, não é mesmo?

Ok, porém, eu tenho uma opinião diferente sobre isso. Acredito que nenhum dos dois está certo ou errado.

Pense bem, nenhum dos dois está prejudicando ninguém, correto? Ambos encontram-se felizes com as suas escolhas e vivendo a vida da maneira que lhes convém viver.

Agora, deixa eu fazer outra pergunta para você e dessa vez quero que você reflita um pouco mais antes de responder.

Qual dos nossos dois amigos têm uma possibilidade maior de estar em um patamar financeiro muito superior daqui 10 anos, ou seja, ter muito mais dinheiro e patrimônio?

Talvez você tenha respondido que o nosso amigo João possivelmente estará melhor de vida daqui 10 anos, pois ele possui um salário melhor.

Se esse foi o caso, deixa eu te explicar os três fatores que me fazem pensar que daqui 10 anos o nosso amigo Paulo estará em uma situação financeira muito melhor do que a do João, apesar de possuir um salário bem menor.

1 – Ao longo desses 10 anos, muito provavelmente Paulo irá desenvolver ainda mais os seus hábitos financeiros, poupando e desenvolvendo novas formas de investimento e acumulando, dessa forma, muito mais patrimônio.

2 – Por já possuir o costume de possuir uma reserva de emergência, Paulo estará muito menos vulnerável caso aconteçam imprevistos, sendo menor a probabilidade de necessitar recorrer a empréstimos nessas situações.

3 – Paulo está desconfortável com a sua situação, enquanto João está na sua zona de conforto. E uma das lições que aprendi e mais tenho observado em minha vida é que as oportunidades geralmente aparecem para aqueles que tem a coragem de sair da sua zona de conforto.

Sendo assim, eu apostaria as minhas fichas de que o nosso amigo fictício Paulo estará muito melhor daqui uma década.

Pode ser até que João, esteja andando em um carro muito mais caro, vestindo roupas melhores, viajando para o exterior anualmente, ou seja, pareça ser mais rico do que Paulo, porém, na realidade, nem sempre aquilo que ostentamos é um reflexo fidedigno da nossa real situação financeira!

Paulo entendeu que o dinheiro possui muitas outras funções, que não foi feito somente para gastar, como muitos pensam e decidiu mudar a sua vida eliminando de vez hábitos financeiros ruins e negativos, substituindo-os por novas e construtivas práticas.

Com quem você se identifica entre os dois? Qual atitude tomar quanto a isso?

5 dicas poderosas de Educação Financeira

#1 –  Comece do básico

Existem três etapas muito importantes e que não podem ser negligenciadas quando o assunto é acúmulo de riqueza.

– Ganhe/receba;

– Poupe/economize;

– Invista

Preste muita atenção neste primeiro passo, pois eu diria que ele é mais importante que você deve entender.

Para ter uma vida financeira melhor, seja qual for o seu objetivo, você deve focar em aumentar a sua fonte de renda (ganhar mais dinheiro), poupar o máximo que puder e investir essa “sobra” de uma forma inteligente (leia novamente esta frase!).

Essa é a tão falada fórmula da riqueza e qualquer pessoa que seja educada financeiramente, independente do seu nível financeiro atual, segue ela de forma extremamente disciplinada.

Logicamente, se neste momento você está endividado e com o nome sujo na praça, a primeira coisa que eu te diria é: pague todas as suas contas primeiro.

Quitar todas as suas dívidas deve ser a prioridade número 1 na sua vida financeira, pois uma pessoa endividada tem uma chance muito maior de se ver envolvida na “bola de neve do endividamento”, uma situação que só tende a piorar ainda mais com o tempo.

Não existe uma fórmula mágica ou uma solução definitiva para sair rapidamente do vermelho, porém, existem 3 passos fundamentais e que você deve seguir para isso:

1º Passo – Conhecer e entender todas as suas dívidas profundamente – faça uma análise das suas finanças e escreva em um papel (ou em uma planilha financeira no computador) todas as dívidas que possui. É importante anotar o valor total da dívida, a taxa de juros, o valor das parcelas, caso você esteja realizando um pagamento parcelado e também o número de parcelas que restam a serem pagas;

2º Passo – Ter um planejamento financeiro – Agora que você já conhece as suas dívidas, está na hora de saber como você poderá quitar todas elas. Para isso, você precisa realizar um controle muito eficiente do seu dinheiro, de preferência também através de uma planilha de controle financeiro. Nessa planilha, você vai colocar todas as fontes da renda da família e todos os gastos que são realizado ao longo do mês, sejam eles fixos (como aluguel, prestação do financiamento do carro, conta de luz, etc) ou variáveis (remédios, compras, lazer, etc). Feito isso, você terá muito mais condições de entender quais serão os ajustes que terá que realizar nos seus hábitos de consumo e estilo de vida e como poderá realizar o pagamento de todas as suas dívidas para limpar de vez o seu nome – falaremos mais sobre este tema logo abaixo.

3º passo – inicie uma negociação de sua dívida – De modo geral, a pessoa ou instituição que lhe emprestou dinheiro tem o interesse que você possa quitar suas dívidas. Desse modo, uma vez que você conheça todas as suas possibilidades e saiba como você poderá quita-las, inicie uma conversa com os seus credores com o objetivo de negociar uma forma adequada de pagamento. Agora, é importante destacar aqui que você só deve assumir um compromisso de pagamento caso você realmente tenha condições de pagar! Seja honesto com o seu credor, mostre a sua real situação e demonstre que está interessado em pagar, dessa forma os dois poderão chegar a um consenso e realizarem um acordo mutuamente benéfico para o pagamento de suas dívidas.

Ou seja, a primeira dica poderosa sobre educação financeira pode ser resumida da seguinte forma: as pessoas educadas financeiramente ficam longe das dívidas ruins (sim, existem dívidas boas), criam e expandem as suas fontes de renda e poupam o seu dinheiro com o objetivo de investir em algo que lhes renda mais dinheiro.

É um caminho que pode parecer complexo, porém, com disciplina e dedicação, começando pequeno, no longo prazo você verá que podem ser operados verdadeiros milagres em sua vida financeira.

Mas lembre-se: é muito importante começar do básico!

De nada adianta estar estudando como começar a investir com pouco ou nenhum dinheiro se você encontra-se com o nome no SERASA. Se estiver endividado, primeiro, trace uma estratégia para pagar as suas dívidas e esse pode ser um caminho que vai exigir muitos sacríficos, porém, tenha certeza, valerá muito a pena.   

#2 Entenda e monitore para onde vai o seu dinheiro

Seja honesto comigo! Já aconteceu na sua vida de você receber o seu salário no começo do mês e antes do dia 20 já se encontrar praticamente sem dinheiro algum na conta e se perguntar: “Meu Deus, para onde foi o meu dinheiro”?

Seja honesto!!!! Sim, não é mesmo?

Sabe por que isso aconteceu? Por que você não tem disciplina financeira, possui um conjunto de hábitos financeiros ruins e precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro. Em suma, você precisa aprender a melhorar a sua relação com o dinheiro!

E como você pode fazer isso? Bem, vou te dar aqui agora 3 passos cruciais:

1º Passo – Trabalhar sempre com planejamento e manter um bom controle de gastos – Lembra que falei anteriormente que para pagar suas dívidas, primeiro, você precisa ter um maior controle do seu dinheiro, pois bem, vamos nos aprofundar um pouco mais nisso. 

Controlar o seu dinheiro significa, manter um bom controle de todas as suas receitas e despesas, ou seja, saber exatamente quanto de dinheiro entra na sua casa todo mês e ter um controle de todos os gastos.

O ideal é que você possa fazer isso através de uma planilha básica de orçamento familiar.

2º Passo – Fazer uma classificação de todos os seus gastos mensais – Uma vez que você tenha começado a acompanhar as suas finanças através de uma planilha de controle financeiro, classifique os seus gastos em três níveis: essencial, dispensável e supérfluo.

Essencial, seria aquele gasto que dificilmente poderia ser alterado; dispensável, aquele que poderia ser alterado e até mesmo eliminado; supérfluo é aquele gasto que poderia facilmente ser aniquilado, sem causar grandes prejuízos na sua vida.

Por exemplo, vamos supor que você gaste um determinado valor para realizar a feira mensal da sua casa. É um gasto essencial, correto? Depende! Dentro dos itens que você consome, será que não existe a possibilidade de realizar a troca de alguns produtos por outros similares e de menor preço? Será que não seria possível abrir mão de algo? Se for esse o caso, a sua feira mensal deixa de ser um gasto essencial e passa a ser parcialmente dispensável, entendeu?

Isso não quer dizer que você vai deixar de fazer a feira, porém, você irá ter um maior cuidado na hora de escolher os itens que vai levar para casa, com o objetivo de economizar algum dinheiro, sem alterar drasticamente os hábitos e a rotina da sua família.

Uma vez que você chegue a um ponto em que a feira da sua casa está completamente ajustada com a sua realidade financeira, ela passará a ser considerada um gasto essencial!

Outro exemplo: você e a sua esposa costumam sair todos os meses, no primeiro final de semana do mês, para dar uma relaxada e passar uma noite mais tranquila, longe dos filhos.

Um momento assim é algo muito importante para o casal, não é? Mas seria  esse um gasto essencial, dispensável ou supérfluo?

Bem, depende muito, porém, de modo geral, acredito que seria um gasto dispensável! Não estou dizendo que vocês devem parar de sair, não é isso, porém, será que vocês não poderia conversar e optar por escolhas mais econômicas?

Ao invés de comer sushi, que tal comer uma pizza, por exemplo? Nesse sentido, é importante que o casal tenha a rotina de conversar sobre os objetivos financeiros da família para que todos dentro de casa possam colaborar para isso.

Se o marido está endividado e não conversa sobre isso com a sua esposa, quando ele não quiser sair para economizar, o que pode acontecer? Desentendimento!

Ou seja, conversem mais entre si, façam planejamentos financeiros de maneira unida, pois isso além de facilitar a saída de uma eventual crise financeira, fará com que o casal e a família fique cada dia mais unidos e tenham uma relação melhor dentro de casa.

3º passo – agora que você já sabe como o dinheiro entra e sai da sua carteira, ou seja, já possui o controle sobre ele, chegou a hora de planejar! E, para isso, você deve ter em mente que existe três tipos de planejamento: de curto, médio e longo prazo.

Comece sempre pelo de curto prazo!

E ele deve envolver a criação de uma reserva de emergência.

As regras aqui são simples: O ideal é que você tenha, no mínimo, 6 meses de gastos essenciais reservados em algum lugar onde você tenha liquidez, ou seja, onde você possa pegar o seu dinheiro rapidamente em caso de necessidade.

Vamos supor, por exemplo, que após começar a acompanhar o fluxo financeiro da sua família, você chegou a conclusão que são necessários R$3.000,00 por mês para todos os gastos essenciais.

Ou seja, neste exemplo, este seria o valor mínimo que a família necessitaria para viver de uma forma digna, sem mudar absurdamente os hábitos e rotinas de todos.

Desse modo, a sua reserva de emergência deveria ser de 6 vezes 3 mil reais, ou seja, R$18.000,00.

Sendo assim, o primeiro planejamento que você deve ter em mente é o de criar e manter essa reserva financeira para garantir uma certa tranquilidade para a sua família em caso de eventos inesperados.

Perceba que eu falei “criar e manter”, pois de nada adianta passar um ano ou mais da sua vida se esforçando e sacrificando para criar a sua reserva financeira para, após isso, pegar o valor acumulado e gastar tudo na troca do seu carro por um do ano, por exemplo.

Outro ponto importante é onde você deve manter esse dinheiro.

Se você está pensando em guardar ele debaixo do colchão, eu realmente não recomendo que o faça, principalmente por dois motivos: primeiro, segurança, depois, a inflação.

A inflação faz o dinheiro perder valor ao longo do tempo, ou seja, cem reais compram hoje bem menos do que compravam há 10 anos atrás devido à alta nos preços que ocorreram nesse período.

Sendo assim, de nada adianta você simplesmente guardar esse dinheiro em espécie na sua casa, pois além de ser algo perigoso, fará com o seu dinheiro perca valor ao longo do tempo.

Tá, mas e onde devo aplicar esse dinheiro?

Bem, como falei antes, você deve colocar esse dinheiro em um local de fácil acesso, onde você poderá sacar o dinheiro com facilidade, ou seja, que tenha liquidez.

Imagine que você pega esse dinheiro e compra um terreno, pois o seu tio falou que ele estava em um preço bom e que possivelmente iria se valorizar com o tempo. O que acontece se surgir uma emergência e você precisar do seu dinheiro?

Você precisará vender o seu imóvel rapidamente! Só que a venda de um terreno não acontece assim da noite para o dia. Ou seja, um imóvel não tem muita liquidez.

Nessa situação, você poderá se ver obrigado a vender o seu imóvel por um preço abaixo daquele que comprou ou a obter um empréstimo no banco para cobrir a sua emergência. Péssimos negócios, não é?

Ou seja, coloque o seu dinheiro em uma aplicação que tenha liquidez!

Eu poderia falar aqui sobre o Tesouro Direto, os Fundos DI ou o CDB, que são ótimas formas de aplicação financeira por geralmente oferecerem retornos acima dos da poupança e serem tão seguros quanto ela.

Mas eu sei que isso pode parecer algo complexo neste momento para você que está iniciando a ter controle sobre as suas finanças e a adquirir bons hábitos financeiros, dessa forma, apesar de não ser a melhor escolha, por enquanto mantenha a sua reserva financeira na sua poupança.

Apesar da rentabilidade da poupança não ser lá essas coisas, lembre-se que agora, na sua estratégia de longo prazo, você deve priorizar a liquidez, não o rendimento. Ou seja, de nada adianta investir a sua reserva de emergência em algo que vai te dar um retorno maior se você não tiver facilidade em resgatar esse dinheiro caso algo inesperado aconteça, como o exemplo do terreno que mencionei acima.

Desse modo, a nossa conhecida caderneta de poupança é sim uma boa opção para este primeiro momento em que você está iniciando.

Em um segundo momento, depois que você tiver se livrado de todas as suas dívidas, formado a sua reserva de segurança em um investimento líquido e se aprofundado mais no universo da educação financeira e dos investimentos, você poderá buscas outras opções com maior rentabilidade que a poupança e, inclusive, assumir riscos maiores em alternativas que lhe entreguem maior rentabilidade.

Ou seja, primeiro comece arrumando a casa, depois, quando já estiver com uma tranquilidade financeira maior, poderá começar a realizar planejamentos de médio e longo prazo, realizando investimentos mais arriscados e que tenham o potencial de lhe render mais.

#3 – Defina os seus limites de gasto

Uma outra dica muito importante quando o assunto é educação financeira é estabelecer um teto de gastos para cada tipo de gasto. Deixa eu te explicar melhor isso.

Vamos supor que você tenha hoje uma renda de R$2500,00. Qual o percentual disso que você gasta com habitação, ou seja, para pagar o seu aluguel? Qual o percentual que você gasta com diversão ou reserva para investimentos?

Se você já vem seguindo as regras anteriores e está realizando um acompanhamento cerrado nas suas finanças através de uma planilha de controle financeiro, fica fácil responder a essas perguntas, porém, a grande maioria dos brasileiros não teria tanta facilidade assim.

Sendo assim, a partir de agora, eu quero que você comece a pensar no seu dinheiro de uma forma percentual. Por exemplo, lembra do nosso amigo João? Pois bem, ele tem um salário mensal de R$8.000,00 e gasta R$2.500,00 somente com o financiamento do seu veículo (fora os impostos, manutenção, seguro, combustível, reparos…).

Ou seja, 31,25% do seu salário é destinado exclusivamente para pagar o seu carro! Isso mesmo, mais de um terço do que ele ganha serve para pagar a sua caminhonete. Isso faz sentido pra você, financeiramente falando? Pra mim não!

E se você deu uma escapadinha na sua aula de matemática, saiba que é muito fácil fazer esse cálculo, basta fazer uma simples regra de três, segundo a fórmula abaixo:

Valor gasto x 100 ÷ Total da minha renda = Percentual do gasto

Ou seja,

2500 x 100 ÷ 8000 =

250000 ÷ 8000 = 31,25%

Entendeu a importância de pensar em valores percentuais? Ao analisar dessa forma, você poderá observar de uma forma mais apurada se está gastando dinheiro demais em algo que poderia ser menor.

Se o nosso amigo João tivesse escolhido um carro mais barato e não uma caminhonete que claramente está fora da sua realidade financeira atual, certamente o valor do seu financiamento seria menor ou, ainda melhor, ele poderia adquirir o veículo à vista, como fez o nosso amigo Paulo.

Tá, mas e qual seriam os limites ideias? Qual o percentual do meu dinheiro que deve guardar e qual posso gastar com diversão, por exemplo?

Bem, a verdade é que não existe uma resposta exata para isso, porém, a fórmula de um orçamento simples e prático que sigo e que recomendo para você, que aprendi ao longo da minha vida e dos meus estudos, é a seguinte:

Primeiro, você vai criar a sua reserva de emergência, pois de nada adianta já estar reservando dinheiro para investimentos se acontecer algum imprevisto e você não tiver dinheiro para se safar.

Ou seja, nesse primeiro momento, você irá seguir a regra abaixo:

60% – necessidades e gastos essenciais

30% – reserva de emergência

10% – diversão

Vamos exemplificar isso:

Digamos que a sua renda atual seja de R$2.000,00.

– 60% disso, ou seja, R$1.200,00 deve ser destinado a pagar os itens essenciais da sua vida, aquilo que você realmente precisa para viver dignamente. Seu aluguel, conta de luz, água, transporte e feira mensal entram aqui.

– 30% disso, ou seja, R$600,00, deve ser direcionado para a sua reserva de emergência. E lembra que eu te falei que o ideal é que você tenha guardado pelo menos 6 meses das suas despesas essenciais? Pois bem, neste nosso exemplo, se você gasta R$1.200,00 em necessidades essenciais, quer dizer que você precisa ter, pelo menos 6 vezes esse valor na sua reserva de emergência, ou seja, R$7.200,00.

Como você irá guardar todos os meses R$600,00 para a sua reserva emergencial, isso quer dizer que você levará 12 meses para atingir os R$7.200,00.

Ou seja, seguindo esse planejamento a risco, em apenas 1 ano você terá dinheiro suficiente guardado para garantir a segurança da sua família em emergências que possam acontecer.

– 10% disso, ou seja, R$200,00, será destinado para diversão e gastos supérfluos (só isso? sim, só isso!). Se você imaginou que iria conseguir mudar a sua realidade financeira sem realizar nenhum tipo de sacrifício, saiba que está completamente enganado.

Se você realmente quer mudar de vida, se quer garantir uma vida confortável no longo prazo, não depender exclusivamente da sua aposentadoria, do INSS ou da ajuda de parentes na sua aposentadoria, se deseja ter condições de ter uma realidade financeira realmente confortável, não existe atalho, você terá que cortar na própria carne e se sacrificar!

No começo, certamente seguir este planejamento poderá parecer impossível, porém, se você se esforçar, verá que é possível.

Como disse anteriormente, não existe uma fórmula mágica e pode ser que você não consiga começar já com esses valores percentuais que eu indiquei, porém, você deve se esforçar para, com o passar do tempo, chegar o mais perto possível deles.

Ao observar a sua reserva de emergência aumentando, você irá ficar cada vez mais motivado ao perceber que é possível sim, através de disciplina e mudança de hábitos, construir um patrimônio e viver uma financeira mais confortável. 

Uma vez que você tenha construído a sua reserva financeira, ou seja, já tenha poupado 6 meses das suas despesas essenciais em um investimento que possua liquidez, você estará pronto para realizar uma configuração mais avançada nas suas finanças, como o proposto abaixo:

60% – necessidades e gastos essenciais

10% – reserva de emergência

10% – investimentos

10% – aprendizado

10% – diversão/supérfluos

Note que agora que você já tem um bom cobertor financeiro guardado, poderá focar uma maior parte do seu capital em duas novas atividades: investimentos e aprendizado.

Falarei um pouco mais sobre o aprendizado logo mais.

No que diz respeito aos investimentos, agora você poderá arriscar um pouco mais em atividades que possam aumentar a sua renda através de rendimentos maiores do que o da poupança.

Você pode, por exemplo, decidir iniciar um negócio nas suas horas extras de venda de sanduíches naturais para praticantes de atividades físicas e pessoas interessadas em dietas mais saudáveis.

Dessa forma, você pode fazer um estudo de viabilidade econômica desse negócio e juntar o dinheiro necessário para iniciar o seu novo empreendimento. Com o tempo, essa pequena renda extra que você criou poderá se tornar uma importante fonte de renda da sua família, abrindo novos horizontes na sua vida que você jamais havia imaginado.

Caso o negócio não dê certo, você continuará tendo a sua reserva financeira guardada e poderá ter a tranquilidade de que as finanças do seu negócio não impactarão negativamente as finanças familiares.

Caso você não tenha interesse em iniciar um novo negócio, poderá se aprofundar em produtos financeiros que possuam ganhos mais elevados do que os encontrados na caderneta de poupança. As opções são inúmeras, como:

– CDB (Certificado de Depósito Bancário)

– Tesouro Direto

– LCI e LCA (letras de crédito do agronegócio e imobiliária)

– Letras de Câmbio

– Fundos de Renda Fixa

– Fundos Multimercado

– Debêntures

– COE (Certificados de Operações Estruturadas)

#4 – Entenda a diferença entre preço e valor

Você entra em uma loja no shopping e verifica que estão realizando uma liquidação de sapatos. Daí você, apesar de já possuir diversos sapatos em casa, muitos deles que ainda não usou, gasta R$400,00 na compra de 3 exemplares e vai embora.

Qual o valor desses sapatos para você?

Antes de responder, peço que leia a segunda hipótese:

Você está voltando para casa com os seus sapatos na caixa. Está parada no meio do trânsito, já pensando como o marido vai explodir quando ver que você comprou, mais uma vez, itens de que não precisava e que, provavelmente, vocês entrarão no cheque especial esse mês.

Do outro lado da rua, uma família que passa o dia todo trabalhando nos semáforos daquela região limpando vidros e  vendendo algumas coisas, divide uma marmita no almoço. Aquela pode ser a única refeição realmente significativa que terão naquele dia.

Qual o valor daquela marmita para eles?

Feche os olhos e pense sobre isso, enquanto responde…

Agora, me responda de novo a pergunta sobre os sapatos: qual o valor deles para você?

Se você ainda não entendeu, não estou perguntando sobre o preço de nada. O preço dos sapatos nós já sabemos, foram R$400,00 e a marmita que estava sendo consumida pela família havia custado algo em torno de R$10,00.

O que quero que você passe a entender é que quase tudo na vida possui um preço e tudo possui um valor.

Entender esse conceito é importante para que você aprenda a utilizar o seu dinheiro de uma forma inteligente.

Em geral, se o preço de algo for maior que o seu valor, não é um investimento interessante.

Qual o preço desse artigo que escrevi para você e que você está lendo neste momento? Absolutamente nada!  Porém, qual o valor que ele poder proporcionar em sua vida com os conhecimentos que traz?

Percebeu o quanto isso é importante? Neste momento, você está investindo o seu tempo para ler um artigo que carrega consigo informações que podem mudar significativamente a sua realidade financeira, ou seja, está fazendo um ótimo investimento!

Leve consigo este conceito simples, porém muito eficiente e passe a observar as coisas sempre sob essa perspectiva. Quando for abrir sua carteira para comprar algo, pense: o preço que irei pagar é maior do que o real valor desse objeto? Se a resposta for sim, feche a carteira e vá embora o mais rápido possível, simples assim!

#5 – O preço do não é saber é maior do que o do saber

Convenhamos, se você chegou até aqui neste texto é por que muito provavelmente é alguém que leva a educação financeira a sério e quer aprender mais sobre isso. Parabéns.

Porém, o que a grande maioria das pessoas não entende, principalmente no Brasil, é que o custo de não ter acesso à educação de qualidade é muito maior do que o preço que se paga por ela.

Pense, por exemplo, em alguém que nunca teve acesso a nada sobre educação financeira e que, de uma hora para outra, ganha alguns milhões de reais na loteria.

O que você acha que irá acontecer?

Opção 1 – Essa pessoa irá procurar estudar sobre como alocar esses recursos de uma forma inteligente e/ou vai contratar um profissional ou empresa séria para lhe prestar uma assessoria financeira, com o objetivo de garantir uma vida confortável e seguro para si e para as próximas gerações da sua família.

Opção 2 – Ela irá começar a gastar tudo o que tem realizando os mais diversos desejos que tinha, imaginando que a vida é uma só e que aquele dinheiro jamais terá fim.

Bem, não preciso falar para vocês que são vários os casos de pessoas que, após ganharia na loteria, passaram a viver vidas luxuosas e cheias de ostentação e depois de alguns anos perderam absolutamente tudo, muitas vezes passando a uma condição financeira pior do que a que tinha anteriormente.

Se você quiser ver de perto alguns casos, experimente digitar no Google “Ganhadores da loteria que perderam tudo” e verá do que estou falando.

Se essas pessoas tivessem investindo um pequeno percentual do que ganharam em educação e/ou assessoria financeira, certamente a história delas teria sido outra!

Isso por que o preço da ignorância é muito maior do que o da educação!

Mas você deve estar se perguntando: “Ah, mas eu ainda não ganhei na loteria e ainda não possuo tantos recursos para investir em educação, o que devo fazer”?

Use a internet a seu favor!

Existem diversos canais no YouTube e Blogs como este aqui que trazem conteúdos gratuitos e muito relevantes para você se educar financeiramente e evitar cometer erros que lhe custarão muito dinheiro.

Se você já faz parte da nossa comunidade ou pretende ser um Illuminado em breve, acompanhe a nossa Jornada da Educação Financeira e siga à risca todos os exercícios e ensinamentos que são passados.

Além disso, crie o hábito de ler bons livros. Existem vários livros sobre educação financeira que podem ser adquiridos através da Internet por valores bem acessíveis, tanto no formato físico quanto no digital, como:

– Mais Esperto que o Diabo e Quem Pensa Enriquece– de Napoleon Hill

– O Homem Mais Rico da Babilônia – de George S. Clason

– Os segredos da Mente Milionária – de T. Harv Eker 

Conclusão

Adotar uma boa educação financeira e criar bons hábitos deve ser uma prioridade na sua vida a partir de agora, pois, como vimos, a falta de dinheiro pode acarretar diversos tipos de problemas na sua vida e de sua família.

E isso não irá acontecer da noite para o dia, trata-se de um longo caminho, porém, a tranquilidade de ter tudo sob controle e saber que a sua família está protegida de quaisquer emergências que surgirem no futuro é algo realmente recompensador.

Você pode e merece sonhar com tudo aquilo quiser, seja uma viagem dos sonhos, um carro importado e/ou uma casa ampla, segura e confortável, porém, é muito melhor fazer isso de uma forma saudável financeiramente, não é?

Desse modo, continue a sua jornada de aprendizado é comece hoje mesmo a mudar os seus hábitos com relação ao dinheiro.

Aos poucos você verá o quanto vale a pena ser uma pessoa realmente feliz, consciente e realizada, tendo todas as suas contas em dias e podendo realizar os seus sonhos de uma forma sadia.

Você nasceu para ILUMINAR!

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Thiago Henrique

Casado, Bacharel em Ciências Militares e Administração pela Academia Militar das Agulhas Negras, Especialista em Influência Digital pela PUCRS, Educador e Empreendedor.

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