18 decisões que o ajudarão a encontrar a sua melhor versão e a enfrentar, com coragem, dias de tormenta
Inevitavelmente, ao longo da vida, todos enfrentamos momentos difíceis, momentos que nos pedem pausas, recuos, que nos colocam diante de perdas, decepções, angústias, fracassos, de alguma forma de doença. Muitos são os acontecimentos que catalogamos como árduos de se vencer. Quando passamos por períodos de provas, por vezes, tendemos a não conseguir enxergar outros caminhos, possibilidades de melhoria e, com isso, inundamos a nossa mente de desesperança e de outros pensamentos deletérios.
Ainda que nem todo o sofrimento possa ser suprimido, se conseguirmos manter uma atitude positiva e uma perspectiva otimista, por certo, teremos ombros mais fortes.
Para tanto, é fundamental que olhemos para a nossa saúde mental, lançando mão de todas as ferramentas que pudermos, para atravessarmos os momentos tumultuosos com mais clareza, coragem e resiliência.
Entenda saúde mental como sendo o seu bem-estar psicológico geral. A maneira como você se percebe diante de si e diante do outro, assim como a capacidade de administrar os seus sentimentos sem bloqueá-los e iluminando aqueles que ainda estão nas sombras.
É importante que se diga que, caso a sua sensação seja a de que não está conseguindo sozinho, você deve procurar apoio e tratamento profissional. Além disso, esforce-se para, no seu dia a dia, detectar o que fragiliza a sua inteligência emocional, cuidando de promover mudanças que aumentarão a sua força diante da vida.
1. Olhe-se com olhos de bondade.
É comum, e na mesma proporção grave, o excesso de autodepreciação quando enfrentamos situações de crise. Esse quadro é sintomático de outros desequilíbrios emocionais: a falta de amor próprio e de autoestima, a incapacidade do autoperdão e a insistência em nutrir crenças limitantes sobre nós mesmos.
Olhar-se com olhos de bondade é terapêutico, acolhedor e encorajador. É declarar-se forte o suficiente para reconhecer o erro cometido e a necessidade da devida reparação. É declarar-se forte para recomeçar, sempre que necessário. Dê-se um crédito de confiança e construa diária e amorosamente uma autoimagem positiva – o efeito é poderoso.
2. Não reclame.
Já observou como a gente alimenta o hábito de reclamar seja de tudo o que está acontecendo ou porque não está acontecendo nada? Quando a vida começa a se apresentar em uma versão mais difícil, tente manter o foco na conscientização de que sempre vamos nos deparar com obstáculos ao nosso bem-estar. A aceitação é uma etapa muito importante, pois, só a partir dela conseguimos lidar com os fatos, sem perdermos tempo com as lamentações naturais de quem se sente uma vítima do mundo.
Colocar-se nesse lugar, aparentemente confortável, de quem não merece o que está enfrentando, é muito perigoso, uma vez que aumenta a nossa revolta e vulnerabilidade diante dos problemas e não nos coloca no caminho da solução – uma vez que tolda a nossa capacidade de reflexão e de criação, além de sugar a energia de que disporíamos para avançar, a partir da vivência de uma dor.
Reclamar, lamentar, queixar nos coloca em uma péssima faixa vibracional e nos impede de fortalecermos as nossas potências e de nos mantermos firmes no caminho da solução, da melhor gestão da crise em que nos encontramos.
Não dedique a sua energia ao fracasso, decida vencer.
3. Identifique a fonte real da sua tensão.
Quando estamos frustrados, preocupados, costumamos descarregar o nosso mau humor na primeira válvula de escape que aparecer na nossa frente.
Por exemplo, não vamos bem no trabalho e, em casa, respondemos ao marido, esposa ou filho de forma grosseira e impaciente. Aquele familiar não é o verdadeiro motivo do nervosismo, mas estou tão tomado de decepção, raiva e rancor que desisto de entender o que realmente é força motriz do meu problema e crio novos conflitos.
Faz-se imperioso detectarmos de onde vem a nossa dor para sermos mais assertivos na busca pela cura.
4. Seja agradável.
Nada de ficar responsabilizando todo mundo pelos seus fracassos e decepções. Amadureça a sua relação com a vida real e, respeite os que estão no seu entorno, entregando-se por completo no estabelecimento de relacionamentos interpessoais sólidos e positivos.
Não é fácil, mas o que vou dizer será para o seu bem: ninguém tem paciência com gente chata e ranzinza. A mesma energia que você emprega para se impor pela sua insatisfação com o mundo, para brigar e desarmonizar onde quer que esteja, pode ser vertida em diálogos de empatia, conexão, respeito e elevação.
Ser simpático, agradável, positivo, aumenta a nossa alegria de viver e cria uma atmosfera que atrai pessoas simpáticas, agradáveis e positivas. Em resumo, você convida para estar com você aqueles que se sentem à vontade com o que você comunica tanto com o seu comportamento, quanto com os seus pensamentos, sentimentos e vibrações.
5. Entenda: você não é a régua do mundo.
Sabe aquela mania de ficar incomodado com o que o outro faz, fala, projeta, decide? Sabe aquela mania de julgar o outro porque ele é diferente de você? Cure-se dessa péssima prática.
A ideia de que estão certas somente as pessoas que agem como você acha adequado, porque você é o parâmetro da sabedoria, pode acarretar consequências nefastas para a sua saúde mental e para os seus relacionamentos. Irritar-se excessivamente com quem discorda de você, chatear-se porque um conselho seu não foi seguido são desgastes emocionais completamente desnecessários e farão de você alguém amargurado, rancoroso e, muito provavelmente, sozinho.
Todo indivíduo tem a faculdade de desenvolver os seus próprios indicadores e de se inspirar em quem melhor lhe convier.
6. Não se preocupe em excesso.
Não há tempo mais mal investido que aquele desperdiçado na “pré-ocupação” com assuntos que não temos como resolver porque, muitas vezes, nem aconteceram ainda ou não são catástrofes como permitimos que a nossa ansiedade projete.
Se pudéssemos mensurar quantas horas nos dedicamos à tentativa inútil de antever o desenvolvimento de tudo e de planejar estratégias para lidar com o que ainda não conhecemos, certamente restaria clara a covardia que fazemos ao criar tantas tormentas para nós mesmos.
7. Não superdimensione o problema.
Nada de olhar para uma situação de conflito usando lupa! Não pense no que está vivendo, se enxergando no meio do caos, aprisionado em um labirinto sem saída, ameaçado por um monstro indomável. Isso não vai ajudar!
Por mais que superar determinado obstáculo exija que façamos escolhas que podem significar, inicialmente, perdas duras de algo ou da segurança de que nos julgávamos detentores; por mais que o impacto possa soar demasiadamente dolorido para a nossa capacidade de suportar, precisamos acreditar que sempre:
- é possível escolher caminhos mais acertados, que só enxergamos se não turvarmos a nossa visão com o desespero;
- há uma preciosa lição para se aprender, diante de um problema;
- é possível nos reinventarmos e renascermos mais fortes quando, desafiados, aumentamos o nosso autoconhecimento e expandimos a nossa capacidade de ação.
Entenda o imbróglio como natural manifestação da vida, como uma prova a que todo aluno é submetido para demonstrar que o conhecimento é mais que discurso, mais que teoria, e que está pronto para ser usado na vida real, como matéria-prima para nos dedicarmos ao que verdadeiramente importa. Felicidade é uma decisão. Escolha construí-la, apropriar-se dela, ou escolha lamentar, de forma inócua, por aquilo que poderia ter sido.
8. Não se compare.
Comparação “é cilada, Bino”! É muito comum, diante de um conflito, nos lançarmos, em queda livre, em um mar de comparações, nos colocando como melhores que uns e na, maioria das vezes, como piores que outros. Neste mar, sob a nossa ótica, estão aqueles que julgamos em situações mais complexas que as nossas – o que minimiza a gravidade do problema e destrói a nossa capacidade de manter o foco na solução do entrave que estamos enfrentando. Estão também as pessoas cujas vidas pensamos ser perfeitas, sem sobressaltos, sem turbulências. Esse grupo de “escolhidos” mina a nossa autoconfiança.
Existe uma frase bastante interessante e bem-vinda nesta nossa reflexão: “Não compare o seu bastidor com o palco do outro”! Precisamos entender que, normalmente, o que recebemos de informação da vida de outras pessoas é apenas o que elas permitem ou fazem questão de tornar público. Ou seja, uma pequena fração de toda uma realidade de erros e acertos, de sucessos e insucessos. Isso jamais pode ser parâmetro para você, principalmente quando estiver enfrentando períodos delicados.
Não desperdice energia produtiva, baseando a sua realidade em realidades que você não conhece plenamente. Observe-se, afaste-se do que faz mal e aumente a sua conexão com o que dá sentido à sua vida, o que fortalece as potências que são suas e que fazem de você um ser único no mundo. Respeite-se.
9. Lide com o fato de não estar tudo bem.
Atualmente, assistimos a um culto excessivo pela felicidade plástica – bonita de se mostrar. A consequência disso é um adoecimento emocional coletivo uma vez que, fora dos holofotes e dos “likes”, todos temos as fragilidades naturais da condição humana. E quando nos deparamos com elas, a primeira leitura que fazemos é a de que só o nosso mundo desmorona. E isso não é verdade.
Acolha as suas sombras, os seus sentimentos menos nobres, mais tristes. Eles pertencem a você. Mas não alimente. Busque, com serenidade, compreender de onde eles vêm e o que eles estão tentando dizer a seu respeito. A partir dessa reflexão honesta e sem intermediários, avance.
Se não é possível se sentir bem agora, elaborando melhor essas emoções, certamente será possível amanhã.
10. Conheça os seus limites.
Não é justo ignorar os seus limites e tomar decisões que firam a sua essência. O autoconhecimento é um respeitável conselheiro que vai nortear até onde podemos ir e como chegar lá. Se for preciso dizer uns “nãos” pelo caminho, diga.
Violar o que acreditamos faz de nós pessoas mais infelizes e vulneráveis e nos proporciona relacionamentos efêmeros, porque são baseados em posicionamentos que, cedo ou tarde, não conseguiremos sustentar.
11. Perceba e seja grato pelo amor que circula no seu entorno.
Somos seres sociais, feitos para o convívio e para a partilha, portanto, não ignore o amor que é dedicado a você, agradeça por ele e extaria forças dele. Muitas vezes, vivenciando tempos de escuridão, nos sentimos relegados ao esquecimento. Mal-aconselhados pelo rancor, não nos permitimos amar e sermos amados. Essa postura afasta as pessoas que se preocupam conosco e, verdadeiramente solitários, temos muito mais dificuldade para encontrar soluções para o que nos aflige.
12. Não se desespere: nada é para sempre.
A sensação de que estamos diante do fim do nosso mundo, quando enfrentamos tempestades, cega a nossa capacidade de perceber que, todos os problemas anteriores, em determinado momento e, de uma forma ou de outra, foram resolvidos.
Perdemos também a condição de avaliar e agradecer pelo crescimento e impulsionamento que situações de crise nos proporcionaram. Já ouviu dizer que “mar calmo não faz bom marinheiro”? Pois é, não faz. Mar calmo não desafia, não inspira recomeços, rearranjos… A experiência do bom combate, inegavelmente, potencializa as nossas forças.
Nada é para sempre, então, tome decisões, iniciativas, confiante em dias mais felizes. Acredite na sua capacidade de dissipar as nuvens que ora impedem o seu sol de brilhar, exercite a sua positividade, a sua fé e coloque-se integralmente na construção das respostas de que precisa.
13. Extraia lições dos erros cometidos.
Aprender precisa ser um dos nossos propósitos de vida mais claros. Se os resultados desejados não chegam, existem falhas no processo – o que é completamente esperado em qualquer movimentação evolutiva. Não existem histórias de vida que não carreguem vitórias e fracassos.
Mas o fato dos erros fazerem parte da nossa existência, não significa que devemos nos depreciar por tê-los cometido; nos conformar com eles; ou ostentá-los como troféus, na expectativa de nos escudarmos na nossa humanidade. É necessário identificá-los, corrigi-los, assimilar todas as lições que ali estão contidas e assumir outras posturas de enfrentamento. Você é uma nova e melhorada versão de você a cada aprendizado que se permite absorver.
14. Encante-se pelo caminho e pela capacidade de caminhar.
Quando temos uma meta muito cristalizada na mente, tendemos a concentrar todo o nosso potencial e atenção na conquista desse objetivo. Nem outro assunto conseguimos ter, não pensamos em mais nada… A conexão entre as nossas emoções e o que desejamos fica muito forte e a percepção que temos da vida é a de que só seremos felizes, vitoriosos, se obtivermos sucesso total naquilo que planejamos.
O que pode acontecer até lá, então? Não conseguimos nos encantar com o caminho, com o processo de crescimento e aprendizado em que estamos inseridos.
Atingimos o desejo? Vem a frustração pela falta aparente do que perseguir. Não atingimos? Vem a frustação por não conseguirmos valorizar tudo o que é expandido em nós, enquanto buscamos algo.
A nossa felicidade não pode ser atribuída a uma situação ou a alguém especificamente. A felicidade é uma construção, uma decisão que se precisa tomar o tempo todo. Precisamos treinar a nossa capacidade de nos encantarmos com o que é real, inclusive com o que nos surpreende, com o que não sai exatamente como planejávamos, mas que também tem o seu brilho.
Busque motivação na sua habilidade de caminhar, de avançar mesmo que em direções diferentes e em um ritmo que não seja o que julga o ideal. Busque motivação nas oportunidades de tentar, tentar novamente e na sua coragem de não desistir.
15. Reflita: a vontade de que tudo lá fora seja diferente pode estar apontando para mudanças de que você muito precisa.
O nosso mundo interior, muitas vezes, não recebe de nós a devida atenção. Queremos discutir as posturas de uns, as decisões de outros, mas não paramos para analisar o quanto aquilo externo a nós, que tanto nos perturba, está nos falando de nós mesmos.
Precisamos entender os motivos que nos levam a enxergar tudo como um problema, a agir de determinadas formas, e acolher os sentimentos que temos diante daquilo, para criar novas maneiras de lidar com questões já conhecidas.
A mudança que realmente podemos operar é a que parte da nossa evolução moral, intelectual e espiritual. Não capazes de iluminar o nosso entorno, se a luz não estiver saindo de dentro de nós.
16. Fracione os seus objetivos em metas menores e comemore cada vitória.
A conceituação verdadeira de vitória é muita íntima. Há os que entendem que venceram na vida porque têm dinheiro, outros porque são famosos; há os que valorizam o fato de terem constituído uma família ou realizado um sonho com uma formação ou na aquisição de algo importante…
Não cabe a nenhum de nós julgar se o que você planeja merece ou não a sua devoção. Mas cuide de observar se os seus projetos são genuínos, se vêm de você ou do que você imagina que seja prestigiado socialmente. Identifique o que motiva os seus empreendimentos, fracione os seus planos em metas menores e se faça um favor: comemore cada etapa finalizada e vencida.
Quando apenas o resultado grandioso enche os nossos olhos, não nos damos conta de quantos resultados menores são atingidos nessa marcha e o quanto eles são subsídios fundamentais para chegarmos no destino planejado. Portanto, passo dado é motivo de sobra para celebrar o avanço conquistado e a lição aprendida.
17. Não fique obcecado pelo o que não deu certo.
Não gosto de ser portador de más notícias, mas preciso adverti-lo que às vezes as suas estratégias não vão funcionar, os resultados desejados não vão chegar e as suas limitações ficarão mais patentes. Isso é completamente natural e é natural também essa sensação de frustração, mas ela não pode escravizá-lo.
Há pessoas que não conseguem reconhecer nada de positivo em suas vidas porque não sobra tempo diante do culto, do devotamento ao que deu errado. Essa pratica nociva à sua saúde mental cria monstros como os do medo da crítica; das ameaças vindas de todos os lados; dos inimigos da sua felicidade; dos que conspiram contra você; da sua incompetência e falta de sorte crônicas… O mundo se torna um péssimo lugar para se viver e, ressentidos, enfrentamos dificuldades reais de retomar o autocontrole emocional.
Atenção aos sinais de que novos hábitos precisam ser incorporados à sua rotina. Volte ao item 16 da nossa lista, por exemplo. Comemore tudo o que for possível, celebre o fato de você ter a possibilidade de planejar algo e de tentar realizar os seus sonhos, valorize os momentos alegres. Estar vivo é um presente inestimável que não pode ser desperdiçado com vitimizações e paixões tóxicas. Faça a opção de ser feliz e deixe-se dominar por emoções edificantes.
18. Repita: eu posso.
Somos capazes de lidar com todas os desafios que a vida nos impõe – se não sozinhos, temos sempre a possibilidade de buscar alguma ajuda. Para internalizar essa afirmativa é fundamental que não turvemos as nossas vistas com o desespero, com o negativismo, com medos irracionais e autocríticas danosas.
É imprescindível que acreditemos em nós mesmos, nas nossas potências e que não nos percamos nas lamúrias. Não há que se falar em superação, em reerguimento, sem nos colocarmos na ação, despertos para outras possibilidades, prontos para recomeçar quantas vezes forem necessárias, contando com a bagagem que trazemos de cada experiência que vivemos.
Conclusão
Como pode perceber, as decisões acima estão diretamente vinculadas à sua capacidade de assumir o protagonismo do seu processo evolutivo, buscando, sem descanso, o desenvolvimento de habilidades emocionais que sustentarão a sua forma de ver o mundo, de ver a si mesmo, as relações tanto com o outro, quanto com as suas questões mais íntimas. Nada do que foi sugerido extrapola o seu potencial, pelo contrário, expande.
Esforce-se para pensar nos momentos de luta como oportunidades de ampliar o autoconhecimento, de rever as suas prioridades e de refinar as suas buscas. Ninguém está completo, pronto, todos estamos conhecendo, na medida das vivências, uma versão nossa melhor que a última e que será ainda mais lapidada amanhã. Acredite na sua força, seja cauteloso ao fazer escolhas e encha o seu coração de esperança, sempre amanhece.
E jamais se esqueça: Você nasceu para ILUMINAR!
Padre Chrystian Shankar
Padre Diocesano da Diocese de Divinópolis, Reitor do Santuário Diocesano São Frei Galvão, Master Coach pelo IBC, Treinador Comportamental pelo IFT, Especialista em Inteligência Emocional pela SBie e Practitioner Programação Neurolinguística (PNL) pelo Instituto VOCÊ